Com a chegada do outono e do inverno, há alguns cuidados extra a ter com os animais de companhia. Sim, porque eles também sofrem com o frio e com a chuva.
A médica veterinária Sara Calisto, do Hospital Veterinário Vasco da Gama, explica como protegê-los, o sinal a que deve estar atento e deixa ainda um alerta (importante) sobre aquecedores e lareiras.
Os animais também têm frio (uns mais que outros)
À semelhança do ser humano, há certos grupos de animais mais vulneráveis ao frio. Falamos de animais mais pequenos, com menos pêlo, doentes ou idosos.
“O facto de haver uma predisposição para a perda de massa muscular com a idade, que é perfeitamente similar aos seres humanos… [estes animais] tornam-se obviamente muito suscetíveis a estas variações de temperatura”, alerta a médica veterinária Sara Calisto.
O mesmo acontece nos animais mais jovens e que, por sua vez, são mais pequenos. Têm “mais dificuldade na termorregulação, o que os torna obviamente mais suscetíveis, é exatamente igual”.
O sinal de alerta? Tremer. Se vir o seu animal a tremer, é possível que este esteja com frio.
E entre cão e gato? Sara Calisto explica que os gatos são animais que têm uma necessidade muito grande de “procurar calor”.
“Os gatos então são animais que têm necessidade de busca por calor e é essencial termos alguma atenção no inverno e alguns cuidados”, sublinha.
Atenção aos aquecimentos e lareiras
Esta “procura por fontes de calor” leva muitas vezes os animais a aproximarem-se de aquecedores e lareiras. Mas é preciso cuidado, alerta a médica veterinária. “As queimaduras por contacto são bastante comuns nesta época”.
Para evitar acidentes, há que ter cuidados, exatamente os mesmos “que teríamos com uma criança”: tentar afastar e proteger.
As idas à rua em dias frios e chuvosos
Apesar de o tempo ser menos convidativo a isso, os passeios continuam a ser essenciais durante o outono e o inverno, mesmo com frio e chuva. Neste caso, são os cães que sofrem mais, mas de forma a que a experiência não seja tão desagradável, há pelo menos duas coisas que pode fazer:
- Em dias de chuva: não deixar o animal molhado
- Em dias de frio: vestir roupas adequadas
Sara Calisto explica ainda que, a nível da alimentação, poderá ser necessário ajustar a quantidade nutricional devido à redução da atividade física.
“É importante também termos alguma atenção no sentido da alimentação, porque o animal no inverno tem muito menos atividade física. Deve ajustar-se a quantidade nutricional àquilo que é a quantidade de exercício feito pelo animal”.
E porque a “estimulação não é só física”, a médica veterinária recomenda ainda o enriquecimento do ambiente em casa, com jogos didáticos e que incentivem o animal a brincar, para que este tenha “estimulação mental”.
Só mais uma coisa…
Sabemos que é no verão e com o calor que os animais estão mais expostos a parasitas, até por “andarem mais na relva”, mas a desparasitação e a vacinação devem ser mantidas durante todo o ano.
“Com a alteração do clima temos parasitismo o ano inteiro e, por isso, é aconselhada que seja feita uma desparasitação durante todo o ano (...). Deve ser obviamente mais rigorosa durante o verão, mas não é sazonal”, alerta a médica veterinária.
Recorde-se também que é nesta altura do outono e inverno que começam a surgir as infeções do trato respiratório, sendo a pneumonia a “mais comum”. No entanto, Sara Calisto afirma que também lhe chegam casos de hipotermia, sobretudo em animais de rua.
Por isso, redobre os cuidados com os seus animais de companhia. Afinal, eles também sofrem com o frio.