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Análise

"Putin está a tentar encontrar um bode expiatório na Ucrânia"

O Presidente russo tem responsabilizado indiretamente a Ucrânia pelo atentado terrorista que provocou a morte de pelo menos 139 pessoas em Moscovo. Para Germano Almeida, esta é uma tentativa de “encontrar um bode expiatório”.

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O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu esta segunda-feira, pela primeira vez, que o ataque de sexta-feira em Moscovo, que vitimou pelo menos 139 pessoas, foi cometido por “radicais islâmicos”. No entanto, deixou a entender que pode ter sido a Ucrânia a ordenar o atentado.

Para Germano Almeida, comentador da SIC, esta é uma tentativa de “encontrar um bode expiatório” para ocultar a “enorme falha de segurança” do Kremlin.

“Depois do regime de Putin tentar divergir as culpas para a Ucrânia sem quaisquer provas, Putin é obrigado a dizer que sabe quem cometeu o crime, assumindo que terão sido os radicais islâmicos, mas depois diz que quer saber quem ordenou, deixando ainda a entender que pode ter sido a Ucrânia”.

O comentador afirma que a Ucrânia, que “quase de certeza não cometeu este atentado”, já está a sofrer represálias, com novos ataques russos em Kiev e outras cidades do país.

Em análise na SIC Notícias, Germano Almeida recorda ainda os alertas deixados pelos Estados Unidos num passado recente.

“A embaixada americana em Moscovo fez, em março do ano passado, um alerta de atentado terrorista iminente em Moscovo. A Rússia desvalorizou-o em público. Putin inclusive acusou os EUA de interferirem na vida interna russa durante um processo eleitoral. A informação americana estava correta e a Rússia mostrou que perdeu qualidade de informação (…) Ao nivel do terrorismo, os países nunca deixaram de trocar informações, mas houve uma perda de confiança desde o início da invasão na Ucrânia”.

Em Portugal, “convém refazer as contas”

Luís Montenegro foi indigitado primeiro-ministro e o novo Governo será apresentado esta quinta-feira, tomando posse na semana seguinte, a 2 de abril. “Será muito importante termos um sinal de quem serão os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa”, frisa Germano Almeida.

“Têm de ser pessoas claramente comprometidas. Se o Paulo Rangel for o novo chefe de diplomacia, acho que é um bom sinal, pois sei que é uma pessoa comprometida e que está ciente do risco [da expansão do conflito para outros países da Europa]. Num dia em que foi declarado excedente orçamental em Portugal, convém refazer as contas e perceber que vamos precisar de mais nos próximos anos".

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