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Putin admite que ataque em Moscovo foi cometido por "radicais islâmicos"

O Presidente da Rússia começou por responsabilizar a Ucrânia pelo ataque que vitimou 137 pessoas.

Putin admite que ataque em Moscovo foi cometido por "radicais islâmicos"
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Vladimir Putin reconheceu esta segunda-feira, pela primeira vez, que o ataque de sexta-feira em Moscovo foi cometido por “radicais islâmicos”.

Isto depois de, na primeira declaração ao país, o Presidente da Rússia ter responsabilizado indiretamente Ucrânia pelo atentado terrorista que vitimou pelo menos 139 pessoas.

"Sabemos que o crime foi cometido pelas mãos de radicais islâmicos, cuja ideologia é combatida há séculos pelo próprio mundo islâmico", afirmou Putin numa reunião do governo russo, citado pela agência AFP.

No entanto, o presidente russo não deixou a Ucrânia fora das acusações: “É importante responder à questão: por que motivo os terroristas, depois do seu crime, tentaram partir para a Ucrânia? Quem os esperava lá?”.

"Esta atrocidade pode ser apenas um elo de uma série de tentativas daqueles que estão em guerra com o nosso país desde 2014, pelas mãos do regime neonazi de Kiev", insistiu Putin. “E os nazis, como é sabido, nunca se coibiram de utilizar os métodos mais sujos e desumanos para atingir os seus objetivos.”

Na passada sexta-feira, quatro homens armados entraram na sala de espetáculos Crocus City Hall, na capital russa, e dispararam indiscriminadamente contra os milhares de espectadores que se preparavam para assistir a um concerto. Depois, atearam fogo ao edifício, que foi totalmente consumido pelas chamas.

Num discurso televisivo difundido várias horas depois do atentado, Putin condenou o que descreveu como um ato terrorista "bárbaro e sangrento" e apelou à vingança.

O Presidente russo sugeriu que os quatro detidos tentaram chegar à Ucrânia, que, segundo o líder russo, fora "preparada uma 'janela' para que atravessassem a fronteira", acusou.

Em resposta, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou qualquer envolvimento no ataque e acusou o homólogo de tentar "remeter a culpa" para Kiev.

O ataque foi depois reivindicado pelo ISIS-K, ou Estado Islâmico da Província de Khorasan, um ramo do autoproclamado Estado Islâmico com base no Afeganistão, mas Putin não voltou atrás com as suas palavras.

Os quatro alegados autores do ataque foram acusados de terrorismo e poderão ser condenados a prisão perpétua.

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