Ser ou Não Ser

Jorge Reis: “Durante a JMJ operadores do MARL ofereceram caixas de fruta aos jovens que visitaram Portugal e vieram intactas”

A pandemia fez ressurgir o negócio dos mercados abastecedores. Mais próximos dos consumidores, ajudam a diminuir a pegada ecológica e promovem a economia local. Em 2023, a Simab - Sociedade Instaladora De Mercados Abastecedores, faturou 17,8 milhões de euros, o maior volume de negócios de sempre. Contribuiu ainda com duas mil toneladas de produtos hortofrutícolas para o Banco Alimentar. Oiça a conversa com o presidente da Simab, Jorge Reis, no podcast Ser ou Não Ser
José Fernandes

Se algumas vozes críticas colocaram em dúvida a necessidade de existirem mercados abastecedores, Jorge Reis, presidente da Simab e das sociedades gestoras dos mercados abastecedores do grupo, diz que a pandemia provou o contrário. “Funcionámos 365 dias [por ano], sete dias por semana. Nunca parámos, contribuindo de forma decisiva para que a população portuguesa continuasse abastecida com os géneros alimentícios de que precisava”, diz, orgulhoso.

Em 2023, o grupo Simab fez 30 anos e alcançou os melhores resultados financeiros de sempre. No conjunto, os seus quatro mercados, designadamente o Marl (Lisboa), Marb (Braga), Maré (Évora) e Marf (Faro), faturaram 17,8 milhões de euros.

Mas os valores da atividade económica associada a estas plataformas são ainda mais elevados. “Se tivermos em conta os 1100 operadores que exercem atividade dentro dos nossos mercados, e se somarmos o volume de negócios individualmente, chegamos a um valor na ordem dos 5,5 mil milhões de euros, ou seja, 2% do PIB nacional”.

José Fernandes

O porta-aviões do grupo é o Marl, com 100 hectares, o equivalente a 100 campos de futebol. Com início de atividade em 2000, é o maior centro logístico de base alimentar do país, com um volume de negócios anual de 13,8 milhões de euros. Quanto ao número de consumidores, Jorge Reis afirma que direta ou indiretamente os produtos que dali saem chegam a seis milhões de portugueses.

A Simab vende metros quadrados aos operadores e todos os anos investe dois milhões de euros na modernização, requalificação e manutenção da capacidade produtiva dos mercados. Mas um dos pontos fundamentais relaciona-se com a responsabilidade social. Por ser uma empresa pública, “ajuda os pequenos produtores a manterem o seu negócio. Por exemplo, no Marl podem arrendar pequenas áreas, pagando entre nove e quinze euros ao dia. Temos um pavilhão destinado a estes pequenos produtores. São cerca de 250, que de outra forma não tinham onde comercializar o que produzem”.

Outro projeto que vai à boleia da Simab é o Banco Alimentar. “É-lhes dada uma box onde anualmente recolhem cerca de duas mil toneladas de produtos hortofrutícolas para dar a quem mais precisa”. O grupo aposta ainda na formação dos mais jovens com o projeto “Cinco ao Dia”, uma vez que detetou que esta faixa etária consome cada vez menos frutas e legumes. “Um operador ofereceu caixas de fruta aos jovens que vieram cá na semana da juventude e voltaram intactas. Eram de borla. Ninguém as quis”, lamenta.

A terminar, o presidente da Simab fala no parque solar construído pelo grupo, e revela que este ano pretende avançar com unidades de autoconsumo para fornecer energia a alguns pavilhões, em Lisboa e em Faro. O projeto-piloto começou em 2023, no mercado de Braga.

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