António Simões ainda era júnior do Benfica quando viu Eusébio jogar pela primeira vez. “Ia ver os seniores a treinar e tive oportunidade de assistir a um treino conjunto, logo pouco tempo depois de o Eusébio ter chegado, num jogo entre as reservas e os titulares.” Simões explica que Eusébio jogou nas reservas porque, nessa altura, havia um diferendo com o Sporting sobre quem é que tinha direito a ficar com ele e Eusébio ficou oito meses sem poder ser inscrito. Mesmo assim, naquele jogo, mostrou logo a sua diferença: “Marcou quatro golos a jogar pelas reservas. O Béla Guttmann [então treinador] só dizia: ‘Temos aqui um diamante’.” Simões prefere deixar de fora a comparação com Cristiano Ronaldo devido à distância entre gerações, mas sublinha algumas diferenças. “Eusébio nasceu atleta e tinha o dom do futebol. No habitual duelo entre Ronaldo e Messi, por exemplo, costumo dizer que Ronaldo é o objetivo do jogo, o golo, e Messi é a essência do jogo. O Ronaldo vai fazendo anos e sobe cada vez mais no terreno. Já o Messi, faz anos e vai recuando. Isto quer dizer que o Ronaldo é o goleador e Messi é o pensador. O Eusébio tinha as duas coisas."
O futebol é o ponto de partida nestas conversas sem fronteiras ou destino agendado. Todas as semanas, sempre à quinta-feira, Luís Aguilar entra em campo com um convidado diferente. O jogo começa agora porque Ontem Já Era Tarde.