O prazer, o consentimento, a vontade e o gostar de quem se quer, são alguns exemplos da revolução sexual que o 25 de Abril trouxe. Antes dessa data, dentro da intimidade, o sexo era no casamento e servia para ter filhos. Homens e mulheres tinham papéis bem definidos, esperavam-se determinados estereótipos. Mas eram elas as mais oprimidas.
“Se constatasse-se que a mulher não era virgem era possível dissolver e anular esse casamento”,referiu, à SIC, a sexóloga Lisa Valente.
A despenalização do aborto, pela qual Lisa Vicente deu a cara antes e depois do referendo, foi também um passo neste caminho dos direitos.
“Foi a mais difícil. Tivemos muitos ganhos nos direitos das mulheres. Uma mulher para fazer uma laqueação de trompas precisava de autorização do marido. Este foi um enorme marco”, contou ainda a sexóloga.
A primeira lei do aborto, por razões médicas ou em caso de violação, é aprovada 10 anos depois do 25 de Abril. Esperaram-se mais 23 anos para a interrupção voluntária, mais 26 para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 41 anos para gays e lésbicas poderem adotar.
E quando o amor fica dentro do mesmo género?
Vistos como vadios, contidos e reprimidos, os homossexuais sofreram uma maior perseguição a partir de 1936. Quando se investiga o passado, facilmente se encontra a história do escritor Raúl Leal.
“Foi seguido até casa e apanhado com um rapaz na escadaria do prédio. A simples suspeita de dois homens se estarem a preparar num local público para um encontro sexual era suficiente para serem detidos, identificados e até seguidos até casa”, explicou, à SIC, o investigador Fernando Cascais.
50 anos depois do 25 de Abril, é grande a lista de direitos conquistados, mas que não estão garantidos.