50 anos do 25 de Abril

Como era Portugal antes da Revolução de 1974? "Andávamos sempre abafados"

Durante quase 50 anos, Portugal foi um país onde enfermeiras, telefonistas e hospedeiras da TAP não se podiam casar. Na praia, era proibido as mulheres mostrarem o umbigo e no comboio, ninguém tinha autorização para jogar às cartas. Não se podia ouvir e ler o que se quisesse ou marcar reuniões para discutir ideias contrárias ao regime. O voto não era livre, as saias não podiam ser usadas por cima do joelho nos liceus onde as turmas não eram mistas. Dar beijos em público nem pensar.

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Durante quase 50 anos, Portugal foi um país onde enfermeiras, telefonistas e hospedeiras da TAP não se podiam casar. Na praia, era proibido as mulheres mostrarem o umbigo e no comboio, ninguém tinha autorização para jogar às cartas. Não se podia ouvir e ler o que se quisesse ou marcar reuniões para discutir ideias contrárias ao regime. O voto não era livre, as saias não podiam ser usadas por cima do joelho nos liceus onde as turmas não eram mistas. Dar beijos em público nem pensar.

"Andávamos sempre abafados", garante António Costa Santos, o jornalista que reuniu estas e outras proibições num livro editado, a primeira vez, há 17 anos, mas que continua a chamar a atenção sobretudo porque hoje muitas das proibições parecem apenas episódios caricatos.

No entanto, António Costa Santos sublinha que as "proibições constantes e o clima de repressão e opressão" criam uma "mentalidade nacional de vigilância em relação aos outros" bem como dão espaço à sociedade até para "inventar proibições" como era a de se pensar que não se podia conduzir de chinelos ou em tronco nu, o que não é verdade.

Para o jornalista, habituado a falar sobre as proibições em sessões nas escolas, como aconteceu no Agrupamento de Escolas Conde de Oeiras, no início de Abril, "a liberdade é frágil" e precisa ser defendida todos os dias.


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