Um módulo espacial japonês pousou hoje na Lua com extrema precisão, um feito tecnológico que é uma grande estreia para o país que há anos tenta consegui-lo. O Japão torna-se assim o quinto país a pousar uma nave na Lua, depois da União Soviética, dos EUA, da China e da Índia.
A descida em direção à Lua do módulo SLIM (Smart Lander for Investigating Moon) começou à meia-noite, hora do Japão, 15h00 de sexta-feira em Portugal, e durou cerca de 20 minutos, segundo a agência espacial japonesa JAXA.
Esta pequena nave não tripulada (2,4 m de comprimento, 1,7 m de largura e 2,7 m de altura) tinha um alvo exato na encosta de uma cratera o sul do equador e pousar num raio de 100 metros, o que é considerado de alto grau de precisão. Daí seu nome “Moon Sniper” - "atirador lunar".
É bastante comum que os veículos lunares pousem a vários quilómetros do seu alvo, o que pode ser um problema nas missões de exploração. E é mais difícil pousar na Lua do que em asteroides – feito já alcançado inclusive pela JAXA – porque a gravidade na Lua é mais forte do que em pequenos corpos celestes.
O SLIM pousou assim na pequena cratera de menos de 300 metros de diâmetro chamada Shioli, onde fará o seu trabalho: deverá realizar análises de rochas que terão origem do manto lunar, a estrutura interna da Lua que é ainda muito pouco conhecida.
Uma sonda inspirada em brinquedos robóticos
SLIM leva a bordo uma sonda esférica pouco maior que uma bola de ténis que é capaz de alterar o seu formato para se mover na superfície lunar. Foi desenvolvida pela empresa japonesa de brinquedos Takara Tomy, responsável pelos "Transformers" lançados em 1984.
O SORA-Q faz lembrar um androide do Star Wars, que se desdobra como um brinquedo transformável e se move um pouco como uma tartaruga marinha.
Está equipado com duas câmaras que deverão transmitir imagens preciosas da pequena cratera Shioli, onde o SLIM deverá pousar.
E para os fãs na Terra, existe no mercado uma versão da sonda em brinquedo: deverá custar mais de 300 euros, rola e tirar fotos ao nível do chão, segundo a publicidade.
Esta missão japonesa também visa avançar na investigação sobre os recursos hídricos na Lua, uma questão fundamental para os países como os Estados Unidos e a China bem como a ESA pretendem ali instalar bases habitadas.
A presença de gelo foi demonstrada no fundo de crateras nas regiões polares da Lua.