Trinta e quatro por cento, um terço dos portugueses, acha preferível o País ter um líder forte que não tenha de preocupar-se com um parlamento ou eleições. Mas ganham ainda os 43 por cento que discordam e não abdicam do direito de escolha conferido pelo voto.
Quando se perspetiva o passado há de novo 43 por cento a recusarem que Portugal estivesse melhor até 1974. Mas 29 por cento acham que essa identidade defensora dos valores tradicionais era muito melhor.
O salazarismo não está enterrado
Uma maioria esmagadora, 54 por cento, recusa o salazarismo mas 23 por cento dos inquiridos consideram que, se os políticos portugueses seguissem os ideais de Salazar, Portugal reconquistaria a sua grandeza.
Quase metade prefere uma tecnocracia, 45 por cento, consideram que as decisões deveriam ser tomadas por especialistas em vez de políticos.
Trinta e seis por cento dizem que falar de antifascismo é hoje uma coisa ultrapassada, quase empatados com 35 por cento para quem continua a justificar-se falar de antifascismo nos dias que correm.
Estão os portugueses satisfeitos com a democracia?
Cinquenta anos depois de abril a democracia continua a ser festejada, com 57 por cento dos inquiridos a responderem que estão razoavelmente satisfeitos ou muito satisfeitos com o funcionamento da democracia. Mais do dobro do que há 10 anos numa sondagem semelhante.
Quarenta e um por cento dizem estar pouco ou nada satisfeitos com a maneira como a democracia funciona em Portugal. Quarenta e quatro por cento acham que é uma democracia com muitos defeitos.
E em comparação com outros países europeus, é o nosso regime mais ou menos democrático?
Uma larga maioria, dois terços, garante que Portugal é tão democrático como os restantes países da Europa.
Os resultados são de uma sondagem ICS/ISCTE para a SIC/Expresso/Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 Abril com mais de 1200 entrevistas validadas.
FICHA TÉCNICA
. Estudo coordenado pelo ICS e pelo ISCTE
. Universo de indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal, selecionados através do método de quotas
. Informação recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos
.Trabalho de campo realizado pela GfK Metris entre 20 de março e 4 de abril de 2024
. Contactados 4239 indivíduos elegíveis
. 1206 entrevistas válidas
. Margem de erro máxima de +/- 2,8%, com um nível de confiança de 95%