Afeganistão

Afeganistão: a cada 39 minutos parte um avião cheio, mas não chega

Milhares de pessoas em risco vão ficar para trás.

Loading...

Os Estados Unidos não vão adiar o prazo de retirada do Afeganistão. Apesar da pressão da França e do Reino Unido, Joe Biden defende o fim da operação já na próxima terça-feira e justifica-o com o receio de ataques terroristas.

Nas últimas semanas, à medida que os talibã iam ganhando terreno, apelos desesperados no Afeganistão antecipavam o que podia ter sido evitado. Foram muitos os que usaram os meios de comunicação internacionais para lembrar aos Estados Unidos e aliados que era preciso começar a retirar pessoas em risco antes que fosse tarde demais.

Jornalistas, ativistas de direitos humanos, académicos, pessoas que colaboraram com as forças estrangeiras, como os intérpretes: a muitos vai acontecer precisamente o que temiam. Vai ser impossível retirar, até à próxima terça-feira, todos os que têm a vida em risco no Afeganistão.

No aeroporto de Cabul, permanecem 10 mil pessoas e apesar da pressão de outros países, Joe Biden vai manter o prazo: as tropas saem a 31 de agosto.

A retirada dos Estados Unidos vai deixar sem margem de manobra países como a França e o Reino Unido obrigados a trabalhar em contrarrelógio.

Os talibã querem travar o processo de fuga dos afegãos e ameaçam que 31 de agosto é o prazo limite para a retirada de tropas estrangeiras. Depois disso, haverá consequências.

Com um país para começar a gerir, os talibã fazem depender da saída dos aliados a formação de um Governo. Os bancos abriram esta quarta-feira depois de uma semana de encerramento e milhares de pessoas passaram o dia em filas, na expectativa de conseguir levantar dinheiro.

A crise económica, que é já uma realidade no país, deverá agravar-se rapidamente. Dos nove mil milhões de dólares do banco central afegão, sete mil milhões estão aplicados em títulos da reserva federal americana que Biden mandou congelar.

Mais de metade da população depende de assistência humanitária para sobreviver.

Há dez milhões de crianças em risco, alerta a UNICEF.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do