Desporto

Análise

Futuro de Roger Schmidt no Benfica “é um grande dilema para Rui Costa”

Pedro Fatela analisa as imagens de contestação dos adeptos do Benfica que protestaram e insultaram os jogadores, Rui Costa e Roger Schmidt. O comentador fala ainda da entrevista que André Villas-Boas deu à SIC e diz que o candidato “demonstrou que se encontra preparado para ser presidente do FC Porto".

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O Benfica venceu o Farense, na segunda-feira, por 3-1, no fecho da 30.ª jornada da Primeira Liga. Durante a partida, adeptos protestaram e insultaram os jogadores ‘encarnados’, Roger Schmidt e Rui Costa. Pedro Fatela diz que “parece que a relação entre Roger Schmidt e os adeptos está quebrada”.

O comentador diz que “sem dúvida” que os adeptos não se esquecem da época menos conseguida do Benfica e que, “não deixa de ser curioso que”, foi no momento da reviravolta no campeonato que “os adeptos mais se revoltaram contra Roger Schmidt”.

“O que é certo é que, definitivamente, parece que a relação entre Roger Schmidt e os adeptos está quebrada e está quebrada não só pela questão desportiva, (…) mas, acima de tudo a relação, está quebrada porque me parece que os adeptos sentem-se enganados por Roger Schmidt.”

Acrescenta que, na época passada, o treinador mostrou ser uma pessoa “afável, amigável, respeitador” e, nesta época, revelou-se “conflituoso, em alguns momentos, e desrespeitador”.

Rui Costa está “entre a espada e a parede”

O comentador SIC explica também que as decisões de Schmidt em mudar meia equipa em Faro se deve ao facto de o treinador já não acreditar que é possível recuperar a diferença para o Sporting, então está a dar oportunidades a jogadores que "provaram que deveriam ter sido mais utilizados”.

“É bom olhar para o jogo de ontem [segunda-feira] e não deixa de ser irónico que os jogadores que foram completamente encostados por Roger Smith, casos de Kökçü, Arthur Cabral e também Carreras, foram precisamente os jogadores que marcaram os golos.”

Pedro Fatela afirma ainda que o futuro do treinador no Benfica “é um grande dilema para Rui Costa”, o presidente do clube está “entre a espada e a parede”.

“Se por um lado, despede Roger Schmidt, tem que pagar cerca de 20 milhões de indemnização ou fazer aqui um negócio que pode ser muito prejudicial para o Benfica” porque “vai ter que encontrar um novo treinador e, de certa forma, é a falência do seu projeto. Por outro lado, se fica com Roger Schmidt (…) sem dúvida que a época vai começar com grande instabilidade.”

O comentador analisa também a entrevista que André Villas-Boas deu à SIC e afirmou que o candidato “demonstrou que se encontra preparado para ser Presidente do Futebol Clube do Porto em todos os dossiês”.

“Em todas as questões vimos André Villas-Boas com o cuidado de dar detalhes, de dizer nomes, números, percentagens, ou seja, demonstra que domina os dossiês. (…) Por outro lado, em algumas questões foi algo vago, provavelmente por questões estratégicas, não quis abordar e aprofundar muito a questão das claques e também a questão de Sérgio Conceição teve aqui uma abordagem inteligente.”

Diz que no geral foi “uma entrevista muito positiva”.

Pedro Fatela explica ainda que “os clubes para participarem nas competições europeias têm um conjunto de regras que têm que cumprir em termos orçamentais”, é o Fair Play financeiro. Villas-Boas refere na entrevista que sabe que, no caso do Porto, há um incumprimento desta questão e o comentador SIC afirma que isto tem consequências para o clube nas próximas épocas.

Sobre a integração de Zubizarreta na lista da equipa do candidato, Pedro Fatela diz que os trabalhos que realizou como futebolista e como diretor desportivo de “altíssimo nível”, “dão provas da sua capacidade, do seu conhecimento e da sua preparação para conduzir um destino de um clube com a exigência do FC Porto”.

"Por outro lado, também existem algumas referências ao facto de" que depois de Zubizarreta sair do Barcelona e do Marselha existirem “graves problemas financeiros, ou seja, coloca-se em causa até que ponto é que com poucos recursos, porque o Porto neste momento tem poucos recursos financeiros, Zubizarreta vai ter a capacidade de construir um plantel verdadeiramente competitivo.”

Para terminar, o comentador fala sobre o momento em que Villas Boas garante que ainda sente carinho por Pinto da Costa apesar de dizer que já não é o mesmo presidente.

“Foi respeitador, e tem sido nesta campanha, e provavelmente não está a ser fácil para André Villas Boas ter esta postura porque tem sido muito atacado por Pinto da Costa (…) por outro lado, fez questão de deixar claro que Pinto da Costa já não é o mesmo e que está refém de quem teve que emprestar dinheiro ao futebol do Porto”, finaliza Pedro Fatela.

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