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Governo propõe subsídio que tem como referência vencimento do comandante-geral da GNR

Os sindicatos estão desiludidos mas vão aguardar pela próxima reunião. A ministra ofereceu valores que têm como base o ordenado do comandante geral da GNR, no valor de 5.216 euros brutos. Para os oficiais, a proposta é 12%, que corresponde a 625 euros brutos, para os sargentos será de 9%, ou seja, 469 euros brutos, e para os guardas é de 7%, que equivale a 365 euros brutos.

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O Governo apresentou esta quinta-feira às associações socioprofissionais da GNR um subsídio que tem como referência o vencimento base do comandante-geral da Guarda Nacional Republicana.

Segundo a proposta inicial do Governo, a que Lusa teve acesso, os oficiais passariam a ter um subsídio de 12% da remuneração base do comandante-geral da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos é de 9% e para os guardas de 7%.

Com esta proposta, os oficiais da GNR tinham um aumento de 625,94 euros, os sargentos 469,46 euros e os guardas 365,13 euros. A ministra da Administração Interna está a apresentar, esta quinta-feira, aos sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR a proposta de atribuição de um subsídio aos elementos das forças de segurança.

A proposta é apresentada em reuniões separadas às quatro associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana e aos seis sindicatos da Polícia de Segurança Pública, que exigem um suplemento de missão idêntico ao que o anterior Governo socialista atribuiu à Polícia Judiciária.

Sindicatos desiludidos com proposta

Armando Ferreira, do Sindicato Nacional da Polícia, diz estar desapontado com a proposta do Governo e garante que não há mais margem para baixar o valor pedido pelo sindicato.

“Neste momento, isto [a proposta] fica muito aquém daquilo que seriam as nossas expectativas dos polícias portugueses. Aquilo que foi transmitido durante a campanha eleitoral e que foi depois também apoiado pelo senhor Presidente da República, (…), neste momento está-se a confirmar que não vai ser o caso. (…) Para nós não há grande margem”, disse Armando Ferreira, vincando que “não podemos ceder, é uma questão de honra”.

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No mesmo sentido, César Nogueira, da Associação de Profissionais da Guarda, diz que o valor apresentado é muito inferior ao esperado. César Nogueira critica a ministra e diz que se a proposta se mantiver, os protestos vão regressar.

“Quando me disse o valor fiquei abananado. Estava à espera que nos fossem atribuir aquilo que atribuiram à Polícia Judiciária, mas esperava muito mais do que aquilo que foi apresentado. (…) Espero que mude o paradigma e que venham ao encontro daquilo que os profissionais almejam, caso contrário será muito difícil segurar a indignação dos profissionais. Sinto que a senhora ministra está ainda impreparada, sei que não é política mas esperemos que não ganhe aqueles truques políticos”, disse César Nogueira.

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O Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, o último a sair do encontro com a ministra, reforçou que os polícias se sente "extremamente injustiçados" com a proposta apresentada pelo Governo, considerando que nem "chega sequer a ter dignidade para ser uma proposta".

"Já há muito tempo que não me sentia tão atónito. Sentimo-nos extremamente injustiçados com este pontapé de saída. É uma proposta que não chega sequer a ter dignidade para ser uma proposta", disse aos jornalistas Bruno Pereira, no final de uma reunião com a ministra da Administração Interna.

Segundo Bruno Pereira, a plataforma vai apresentar à ministra uma contraproposta na próxima reunião, agendada para 15 de maio.

Bruno Pereira afirmou que para já os sindicatos "não pensam em protesto", e vão esperar que "a partir do dia 15 haja uma verdadeiramente discussão justa e digna".

Nesse sentido, apelou aos elementos das forças de segurança para que, até dia 15, tenham "alguma serenidade para que se possa dar algum tempo para que a ministra restabelecer um plano de dignidade na discussão", mas alertou para a possibilidade dos "movimentos inorgânicos sem rostos poderem cavalgar sobre este tipo de proposta".

[Notícia atualizada às 01:05]

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