O país comenta o que disse Pedro Passos Coelho, mas convém recordar que não há grande surpresa no que sempre defendeu.
A história não começou aqui, mas foi aqui que ficou famosa.
Pedro Passos Coelho manteve o apoio a André Ventura nas autárquicas de 2017 mesmo depois de o CDS ter considerado inaceitáveis as declarações que o candidato André Ventura tinha feito sobre a comunidade cigana.
As eleições passaram. Ventura não ganhou e seguiu um caminho diferente. Os dois reencontram-se agora.
É um livro sobre identidade e família que dá o pertexto para o antigo primeiro-ministro oferecer elogios a André Ventura. Ambos voltaram a perceber que é muito mais o que os une do que o que os separa.
Passou uma semana desde que o Governo tomou posse e depois de ouvir estas palavras de Pedro Passos Coelho. O novo primeiro-ministro confirma uma suspeita que eventualmente já tinha. Passos não gosta do cordão sanitário ao Chega.
Especialista em manter-se na sombra. Houve momentos em que o que disse em privado passou para a esfera pública.
No final do ano passado um jovem perguntou-lhe se o Chega podia ameaçar a democracia. Passos foi claro a afirmar que o Chega não é um partido anti democrático e tem toda a legitimidade de existir.
O grande primeiro-ministro que já inspirou Montenegro tem agora um apoio prometido pelo Chega para uma eventual corrida Presidencial. Mas talvez Passos Coelho ainda sonhe com o regresso a São Bento.