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Discurso de Bugalho: "Se continuar assim em campanha, é uma aposta ganha para a AD"

Paulo Baldaia analisa o discurso de Sebastião Bugalho na apresentação dos candidatos da AD às europeias, as declarações do Presidente da República sobre as reparações às ex-colónias e ainda a hipótese da procuradora-geral da República ir ao Parlamento explicar o processo Influencer.

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Sebastião Bugalho foi apresentado oficialmente este domingo como cabeça de lista da AD às europeias. “Acho que esteve muito bem, com um discurso muito bem preparado”, defende Paulo Baldaia. No Expresso da Manhã desta segunda-feira, o comentador da SIC estranha, no entanto, que o discurso de Luís Montenegro tenha de certo modo ofuscado o do seu candidato.

“Esteve bem, a falar para para a plateia. Era uma jogada de risco muito baixo no sentido em que estava preparado. Não é igual a participar num debate, não é igual a ter que responder a perguntas de jornalistas. Ainda assim é o normal para qualquer candidato ao Parlamento Europeu, qualquer cabeça de lista que se vai apresentar (…) Se continuar assim em campanha, obviamente que é uma aposta ganha para a AD”.

Também este domingo, o presidente do PSD e primeiro-ministro desafiou os líderes do PS e do Chega a dizerem se querem fazer "um governo alternativo" e "legislar em conjunto", considerando que tal tem de ser assumido "olhos nos olhos" perante os portugueses.


“Não percebi porque é que a Luís Montenegro, falando antes da apresentação do seu candidato, sabendo que era que era importante esta primeira oportunidade para Sebastião Bugalho (…) Importava não apenas a Sebastião Bugalho, mas à lista da AD para o Parlamento Europeu que a atenção estivesse concentrada nessa lista e no seu cabeça de lista”.

O comentador da SIC considera que “ao fazer o que fez, Luís Montenegro veio sinalizar que quer, pouco tempo depois de umas eleições legislativas, que o povo julgue nas europeias também aquilo que está a acontecer a nível nacional”.

Reparações às ex-colónias

Paulo Baldaia defende que o tema das reparações às ex-colónias deve ser discutido e, tal como Marcelo Rebelo de Sousa também lembrou, algumas dessa reparações foram sendo feitas e cita alguns exemplos.

Contudo, Paulo Baldaia sublinha que as circunstâncias e o momento em que aconteceram as declarações do Presidente da República não foram oportunas.

“Não faz muito sentido que, numa conversa quase de café, o Presidente da República, provavelmente sem saber que estava a ser gravado, mas seguramente não tendo dito que toda aquela informação poderia ser utilizada (…) Aborda o tema no tempo em que o fez e a outra tem a ver com o facto de se, tendo sido feito em véspera de 25 de Abril, os partidos de direita, obviamente, sabia que se iriam aproveitar de uma forma muito demagógica”.

O comentador da SIC sublinha ainda que “não deve haver temas tabu e, portanto, este tema deveria ser discutido com toda a serenidade”.

PGR deve ou não ir ao Parlamento?

Paulo Baldaia não tem dúvidas que a procuradora-geral da República (PGR), Lucília Gago, deve ir ao Parlamento explicar o processo Influencer.

“Achar que a PGR não tem que ser escrutinada e não tenho que dar explicações é mais uma prova de que a nossa democracia ainda tem muito que aprender”, frisa o comentador da SIC.

“É preciso lembrar que a Procuradora é nomeada politicamente, portanto tem que responder politicamente, e deve ser perante os deputados (…) Deve ser na Assembleia da República, onde já foram todos os antecessores da atual PGR e mais tendo em conta que aquilo que foi feito pela PGR, pelo Ministério Público, ao abrir um processo junto do Supremo ao primeiro-ministro, resultou de indícios que sabemos hoje, e não sou eu que estou a dizer, foi o juiz de instrução primeiro e foram três juízes do Tribunal da Relação de Lisboa, que os indícios são, vou dizer com algum eufemismo, muito fracos, a Relação até considera que não há crime nenhum”, conclui Paulo Baldaia.


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