Apesar de a vitória não ser folgada, o líder da AD, Luís Montenegro, garantiu não no discurso mas já durante as questões dos jornalistas que “naturalmente" cumprirá a sua palavra, de não integrar o Chega no Governo.
Luís Marques Mendes assume que a vitória da AD “é curta mas legítima”, elogiando o “excelente discurso” de Montenegro. Agora, é preciso “um bom governo e capacidade de ação” para dar início ao “novo ciclo político” que a partir deste domingo começa.
Quanto a Pedro Nuno Santos, Marques Mendes entende que “não é uma derrota amarga” e que o socialista não é prejudicado.
No mesmo sentido, a comentadora SIC, Ana Gomes, concorda que a vitória da AD é curta e, por isso, “as condições de estabilidade são escassas e difíceis. Hoje foi das vezes em que vi o Luís Montenegro menos sorridente, como se lhe tivesse caído a ficha da responsabilidade, (…) pelas responsabilidades reais numa situação que é complicada”.
“O que disse o líder do Chega em muitos aspetos é absolutamente tenebroso, falou num ajuste com a história, que seria agora o tempo de libertar o país da esquerda e da extrema-esquerda”, destacou Ana Gomes.
“Vamos ver por quanto tempo este Governo durará, volto a dizer o Presidente da República foi um dos principais resultados [desta noite]", rematou.
Menos futurista foi a análise de José Miguel Júdice, considerando que no dia de hoje “o importante é o que diz o partido do Governo, o líder do [futuro] Governo porque é isso que vai definir a nossa história próxima. Eu não tive nenhuma surpresa com este resultado (…) sempre disse que tinha as maiores dúvidas de que a AD tivesse mais deputados do que o PS”.
“Não tenho dúvidas nenhumas de que há no AD do Chega uma ideia revanchista, isto é, a ideia de que somos um país em confrontação (…). O PSD tem futuro neste nova fase se for capaz de ser o partido que está no centro do sistema político”, sustentou, lembrando o feito conquistado no 25 de Abril.
José Miguel Júdice considera que “o ónus está do lado de Luís Montenegro (…), agora neste momento esta foi apesar de tudo a melhor solução possível, os portugueses querem grande pluralismo, aliás os pequenos partidos sobreviveram muito melhor do que eu imaginava. (…) Isto significa que não é possível governar este país se estes partidos não falarem uns com os outros, se Montenegro for capaz de ser o catalisador de uma forma menos confrontacional, ele tem sucesso, se não for capaz, fracassa".