Saúde e Bem-estar

Apenas com tendão preso, hospital Santa Maria salva mão amputada

Os cirurgiões plásticos do Hospital Santa Maria conseguiram devolver a mão de um homem que ficou amputado após um acidente de trabalho. Os médicos acreditam que Emerson de Paula será capaz de ter recuperar a mobilidade da mão e segurar objetos maiores para conseguir comer ou abrir uma porta.

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A cor e a temperatura dos dedos revelam se o sangue está a irrigar pela mão com normalidade. É essencial acompanhar a evolução da mão replantada nas primeiras horas e dias após a cirurgia, por ainda correr risco de ficar necrosada, ou seja, há o risco de morte do órgão amputado há uma semana.

“Na verdade, pensava que tinha perdido a mão e deixei tudo nas mãos dos médicos. Graças a Deus fizeram o trabalho muito bem”, disse, à SIC, Emerson de Paula.

Emerson de Paula chegou ao hospital com a mão presa apenas por um tendão. Além da amputação total, os tecidos do pulso estavam triturados, o que diminui a probabilidade de recuperação do órgão.

O construtor civil estava a trabalhar quando ficou com a mão presa numa betoneira numa obra da Amadora.

"É um caso curioso porque há uma desarticulação da mão na região do punho, que faz com que os ossos se separem e os músculos sejam arrancados. Do ponto de vista do tratamento, isso dificulta a abordagem, uma vez que não é um corte limpo e linear. Tivemos maior necessidade de fazer um tratamento adequado de repor todas as estruturas", explicou Carlos Pinheiro, cirurgião plástico do Hospital de Santa Maria.

Em apenas 30 minutos, foi assistido na obra e transportado pelo INEM para o hospital. Se o socorro tivesse levado outra meia hora, dificilmente teria sido possível salvar uma mão onde o sangue já não circulava.

Entrou no bloco operatório depois da uma da tarde e saiu já depois da meia-noite. Foram mais de 10 horas de cirurgia e três horas e meia depois, os médicos temeram que todo o esforço fosse por água abaixo, pois o sangue parou de circular e às 4 da manhã voltou ao bloco operatório para um bypass arterial.

Para já, os dedos da mão direita ainda só mexem amparados pelos da esquerda, mas os médicos acreditam que Emerson de Paula será capaz de ter recuperar a mobilidade da mão e a chamada capacidade de pinça, que vai permitir aos dedos voltar a segurar objetos maiores para conseguir comer ou abrir uma porta.

Os médicos não escondem que o caminho ainda é longo. Esta semana haverá mais uma cirurgia para replantar pele no braço. Depois será preciso tirar os ferros e só após isso, iniciar a reabilitação física. Passo a passo, depois de uma cirurgia pouco habitual, mas que orgulha a equipa de cirurgia plástica do Hospital de Santa Maria.

Emerson de Paula está há apenas dois meses em Portugal. A família no Brasil não sabe o que está a passar. Emerson diz que contará quando puder dizer que, apesar do mal, correu tudo bem.

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