O Governo vai aprovar esta semana a redução das taxas de IRS em Conselho de Ministros. A medida tem depois de ser aprovada no Parlamento, e o Chega já avisou que vai propor alterações.
"Não vamos governar a pensar na abertura dos telejornais, nem nas páginas dos jornais do dia seguinte. Nem vamos governar a reboque daquilo que, com muita propriedade, se diz ou comenta na praça pública. Os portugueses podem estar tranquilos relativamente a isto, cumpriremos as nossas promessas de política e também de postura", afirmou Luís Montenegro.
Sobre a redução fiscal, o primeiro-ministro disse que iria custar mil e 500 milhões de euros, não tendo referido que 1.300 milhões já tinham sido aprovados pelo Governo anterior.
A medida tem depois de ser aprovada no Parlamento, e o Chega já avisou que vai propor alterações.
“Quando chegar ao Parlamento, esta proposta de IRS, vamos transformá-la para ser uma proposta efetiva com perto de 1.000 milhões de euros de alívio”, afirmou o líder do Chega, André Ventura.
Redução fiscal: o início da polémica
Foi depois de uma entrevista do ministro das Finanças, na sexta-feira, que se iniciou a polémica em torno do IRS, quando se percebeu que o choque fiscal prometido por este novo Governo afinal só vai custar 200 milhões de euros.
"Os números do IRS já percebemos que falham. Os números para a maioria daqueles que cá vivem e trabalham no nosso país, já percebemos que falham. Mas para as grandes empresas, certamente não falharão", afirmou o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo.
No Parlamento só a Iniciativa Liberal (IL) já tinha questionado o ministro das Finanças sobre o tema. À oposição tem sido apontado o dedo por não ter percebido antes que os números não batiam certo.
"O PS tomou como boa a palavra do primeiro-ministro. Não se enganou, não esteve desatento. Confiou. Infelizmente, saiu ao contrário e nós temos de ter muito cuidado agora com cada anúncio que faz o governo, com cada documento que apresenta", disse Pedro Nuno Santos.
O governo tem-se defendido dizendo que o corte de 1.500 milhões de euros no IRS sempre foi referido em comparação com 2023, antes do anterior governo aprovar os 1.300 milhões no início deste ano.
O Governo garante, por isso, que nunca mentiu e recusa a ideia de embuste, afimando que se alguém percebeu mal foi a oposição e a comunicação social.