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Santa Casa: vice-provedora demissionária acusa ministra de "dizer coisas que não são verdade"

Perante os deputados da comissão, Ana Vitória Azevedo disse que a ministra "tem todo o direito de querer mudar a administração da Santa Casa", mas sublinhou que "não tem o direito de dizer coisas que não são verdadeiras e de alguma maneira caluniar as pessoas que lá estão".
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A vice-provedora demissionária da Santa Casa de Lisboa Ana Vitória Azevedo acusou esta quarta-feira a ministra Maria do Rosário Ramalho de "dizer coisas que não são verdade", quando afirmou que a administração exonerada retirou benefícios para si própria.

Segundo Ana Vitória Azevedo, não é factual que a administração de Ana Jorge não tenha feito nada pela reestruturação financeira da instituição, apontando que, apesar de não haver um plano de reestruturação, "havia trabalho que estava a ser feito".

"Efetivamente não havia um plano estruturado. Não havia tempo para plano robusto que implicasse pensar com detalhe questão da sustentabilidade. Mas existiram um conjunto de medidas urgentes", disse Ana Vitória Azevedo, no decorrer da audição na Comissão Parlamento de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.

Em entrevista à RTP, na terça-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Maria do Rosário Ramalho afirmou que a maioria dos trabalhadores na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) ganha o salário mínimo e que os vencimentos dos dirigentes são muito mais altos.

"Os da Mesa [da SCML] até foram aumentados, estranhámos. (...) Beneficiaram-se a si próprios", criticou a ministra.

Perante os deputados da comissão, ex-dirigente disse que a ministra "tem todo o direito de querer mudar a administração da Santa Casa", mas sublinhou que "não tem o direito de dizer coisas que não são verdadeiras e de alguma maneira caluniar as pessoas que lá estão".

"A ministra tem todo o direito de mudar a gestão da Santa Casa, mas não tem direito de dizer coisas que não são verdadeiras e caluniar as pessoas que lá estão", apontou.

"Se a senhora ministra se está a referir ao aumento do estatuto do gestor público, eu acho que isso não é sério", acrescentou, classificando como "grave" que a ministra entenda como benefício o que decorria de uma indexação.

Ana Vitória Azevedo salientou igualmente que, ao contrário do que foi dito pela ministra do Trabalho, na entrevista à RTP, de que foram destituídos 18 administradores, houve 40 pessoas que perderam as comissões de serviço, o que se traduziu numa poupança de um milhão de euros.

A responsável, que enviou em 28 de março o pedido de demissão à atual ministra Maria do Rosário Ramalho, disse ter alertado, por diversas vezes, o anterior provedor Edmundo Martinho, para os riscos da internacionalização.

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