Os seis homens suspeitos das agressões a imigrantes, no Porto, estarão ligados ao grupo de extrema-direita 1143. A informação é avançada pelo jornal Público que adianta que, alguns dos elementos estiveram envolvidos em mais dois ataques, também no Porto. As autoridades identificaram as mesmas matrículas de automóveis em ambos os ataques. Também o gorro encontrado numa das viaturas corresponde àquele que foi utilizado pelos suspeitos no primeiro ataque. Perante a gravidade do ataque ocorrido este fim de semana, Paulo Baldaia diz que esperava mais da classe política.
“Aquilo que aconteceu no Porto é grave, não é admissível, é racismo, achar que por alguém de uma determinada nacionalidade um dia fez um assalto, se pode agredir qualquer pessoa dessa nacionalidade”, começa por referir.
Contudo, o comentador da SIC elogia a intervenção da ministra da Administração Interna, que considera que foi uma exceção na classe política.
“Margarida Blasco esteve impecável na forma como, de veementemente, a se manifestou, indignada e prometeu que haveria tolerância zero para este tipo de crimes. Esperava que o resto da classe política pudesse seguir o mesmo exemplo e não começasse por umas notas na página da Presidência ou no Twitter (atual X)”, lamenta.
Paulo Baldaia esperava que “as pessoas se tivessem prontamente chegado à frente para esclarecer e falar com os portugueses” e lembra que “o discurso de ódio da extrema-direita alimenta este tipo de comportamentos violentos”, mas também outros partidos nem sempre contribuem para “esbater essa necessidade de ódio”.
O comendador da SIC defende que este problema exige ações, não se resolve apenas com a condenação de agressões: “O país não pode viver sujeito a que estes grupos que são extremistas e que preconizam a violência como forma de de resolver os problemas, não pode viver refém destes grupos e, portanto, o que se espera é que não deixem que André Ventura, que fez mais uma vez uma intervenção deplorável (..) justificando aquilo que aconteceu como uma retaliação”.
“Ao longo da daquela noite no Porto, outros cidadãos do Magrebe foram agredidos por pessoas, muito provavelmente, diz a polícia, com ligações à extrema-direita, foram agredidos noutras ruas da cidade do Porto (…) como são argelinos ou marroquinos, foram agredidos por esse grupo porque acham que é assim, estamos a falar de um crime de ódio, que obviamente tem que ser levado a sério, quer pelas entidades policiais, mas sobretudo pelo poder político", realça Paulo Baldaia.
No Expresso da Manhã desta segunda-feira, o comentador da SIC analisa também o braço de ferro parlamentar em que o PS e o Chega, que já conseguiram derrotar por duas vezes AD. Paulo Baldaia avalia o significado político que tem a aprovação das propostas socialistas no IRS e no fim das portagens no interior e no Algarve.