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Análise

"Existe evidentemente uma justificação para Ana Jorge não ser reconduzida"

Adriana Cardoso, comentadora do Expresso, analisa o caso Santa Casa, a exoneração de Ana Jorge e faz um breve balanço sobre o primeiro mês de governação do novo Governo.

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A comentadora do Expresso, Adriana Cardoso diz não saber se houve ou não motivações políticas na exoneração da administração de Ana Jorge, no entanto garante que é "sem dúvida justificada".

Durante a sua análise na Edição da Manhã da SIC Notícias, Adriana Cardoso diz que dado o resultado da auditoria a "situação envergonha todas as pessoas que fazem parte do serviço público".

"Mais do que estarmos a debater se existiu uma tentativa do novo governo de colocar mais uma pessoa de forma política no cargo, acho que era importante termos um debate relativamente a este tipo de instituições que devem ter um serviço Público, mas que acabam por ser locais pejados de nomeações e de maneiras de conseguir gerir a grande massa de cargos que os diferentes partidos têm que colocar", afirmou a comentadora.

Segundo um relatório que o Tribunal de Contas está agora a analisar existiam já irregularidades na gestão anterior à de Ana Jorge, situação que a comentadora crítica afirmando que "não existe nenhuma empresa em Portugal e nenhum serviço que funcione sem ter uma capacidade de fazer uma auditoria interna às suas próprias contas e de apresentar um relatório de contas".

"Um governo novo que entra, tem que saber com o que conta e não existir a capacidade da Provedora de apresentar contas e apresentar trabalho ao Governo por si só é mais do que justificação para ela não não ser reconduzida", garantiu.

Segundo Adriana Cardoso, Ana Jorge "tinha mais do que responsabilidade de apresentar trabalho, contas e um plano de reestruturação, porque não basta identificar problemas da gestão interior. Alguém que é gestor de um setor como a Santa Casa tem mais do que obrigação de apresentar um plano objetivo de como voltar atrás nessa trajetória", acrescentou.

Para a comentadora, "existe evidentemente uma justificação para Ana Jorge não ser reconduzida".

Ainda que possa não ter existido nenhum crime, segundo a comentadora, "existiu gestão danosa" e "responsabilidade da nova Provedora" e por isso "é compreensível" que Ana Jorge não se mantenha no cargo porque não consegue fazer "uma gestão que não remova dinheiro aos cofres dos contribuintes".

Durante a análise, a comentadora aproveitou e fez um breve balanço sobre o primeiro mês do novo Governo.

De acordo com Adriana Cardoso, foi um primeiro mês marcado por algumas polémicas "por culpa do próprio Governo".

"Este governo está profundamente fragilizado politicamente desde o momento que tomou posse e perante isso, tem que apresentar trabalho e antes das eleições europeias", garantiu a comentadora.

"Nós sabemos que estas eleições vão ser um referendo à governação e por mais que umas eleições europeias com um mau resultado não terminem por remover um governo do seu lugar em condições normais, temos que perceber que é um governo de minoria relativa", explicou.

"O Governo tem que apresentar verdadeiramente trabalho", salientou a comentadora acrescentando "tem que se coordenar e tem que começar a ter uma comunicação que seja não tão amadora e que consiga explicar claramente aos portugueses qual é o seu plano de governo".

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