País

Montenegro e Sánchez declaram sintonia, mas discordam sobre Palestina e António Costa

Madrid foi o destino da primeira visita oficial do novo primeiro-ministro ao estrangeiro. E, por muito que os una, há também várias coisas a separar os chefes de Governo de Portugal e Espanha.

Loading...

Luís Montenegro fez, esta segunda-feira, a primeira visita oficial enquanto chefe do Governo português. O primeiro-ministro foi a Madrid e, no final do encontro com Pedro Sánchez, falou das diferenças que tem com o presidente do governo espanhol, tanto em relação à Palestina, como em relação a António Costa.

A subida de Luís Montenegro ao cargo de primeiro-ministro de Portugal abre um novo ciclo na relação entre os dois países, até aqui ambos governados por executivos socialistas.

Pedro Sánchez agradeceu a Luís Montenegro por escolher Espanha para a primeira visita de Estado ao estrangeiro, enquanto chefe do Governo português. Luís Montenegro respondeu que “é um gosto manter viva a chama” entre os dois povos e governos, e garantiu que “não há diferenças partidárias que possam colocar em crise, um segundo ou um milímetro, a relação”.

Mas a sintonia ficou no início do discurso, porque, se o caminho de António Costa passar pelo Conselho Europeu, a avaliação de Sánchez e Montenegro em relação ao ex-primeiro-ministro diverge.

“Sou um fã declarado da política de António Costa e da liderança que ele tem exercido, não só em Portugal, mas também na Europa”, assumiu o líder espanhol. “É um grande político e um grande amigo.”

"No que eu posso contribuir para esse debate como líder do Governo e um dos dirigentes da família social-democrata no Conselho Europeu, acredito que António Costa reúne todas as qualidades”, declarou Pedro Sánchez, ressalvando, contudo, que uma eventual nomeação de Costa dependerá de todo “um processo de negociação que ainda não começou”.

Já Luís Montenegro não seguiu a mesma linha.

“Como sabem, não sou tão aficionado das políticas do dr. António Costa como o presidente Pedro Sánchez”, atirou.

No reconhecimento do Estado da Palestina, a posição dos dois líderes também não é igual. Espanha quer fazê-lo rapidamente, e juntar o máximo de países europeus nessa missão. Portugal não.

“Não vamos tão longe ainda como outros governos no que diz respeito ao reconhecimento do Estado da Palestina, porque sustentamos que esse entendimento deve ser construído numa base multilateral, no seio da União Europeia e no seio das Nações Unidas”, defendeu Luís Montenegro.

Nos projetos comuns, há acordos na energia, tecnologia e ambiente. E ainda muita vontade de realizar o campeonato mundial de futebol em conjunto.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do