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Marcelo "desmentiu cabalmente qualquer intenção de impedir que o Chega integrasse o Governo"

André Ventura diz que o Presidente da República não se opõe à entrada do Chega no Executivo. Já depois da audiência em Belém, o Presidente emitiu uma nota em que diz não comentar declarações dos partidos.

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André Ventura garante que o Presidente da República “desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante, ou liderante, ou de qualquer outra forma, do Governo”.

Em declarações aos jornalistas à saída da audição com Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém, o líder do Chega afirma que questionou o Chefe de Estado sobre “informações contraditórias” entre notícias e outras reuniões que tivera com a Presidência.

Isto depois de, no início do mês, fontes da Presidência da República terem garantido ao Expresso que Marcelo faria tudo para evitar ter o Chega no Governo.

“Quem escolhe é o povo: foram estas as palavras. Acho que palavras mais claras de Marcelo Rebelo de Sousa não podia existir."

Marcelo rejeita comentar notícias e afirmações sobre Chega no Governo

Numa nota emitida ao final da tarde, já depois da audiência em Belém, Marcelo Rebelo de Sousa escreveu apenas que “não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais”.

No encontro, André Ventura transmitiu ainda ao Presidente que, até ao momento, “não há ainda nenhum acordo, nem nenhum entendimento” que permita à Aliança Democrática garantir a estabilidade do Governo a quatro anos.

Na eventualidade de o Partido Socialista reforçar a votação depois de contabilizados os votos da Europa e de fora da Europa, o Chega mantém-se aberto a formar um acordo à direita.

“Mesmo que venha a existir essa maioria, devemos ativamente contribuir com uma coligação parlamentar, com uma junção parlamentar governativa que permita ter um governo diferente do PS", defende.

Por outro lado, André Ventura não está aberto a qualquer entendimento com os socialistas caso Marcelo Rebelo de Sousa convide Pedro Nuno Santos a formar governo.

“O senhor Presidente da República foi informado que o Chega jamais estaria na disposição de contribuir para qualquer maioria que integrasse o Partido Socialista a liderar o governo de Portugal e, por isso, caso o PS venha a ser o partido mais votado e Pedro Nuno Santos indigitado, o Chega fará a oposição ativa e firme que tem feito até agora.”

"Tentarei até ao fim evitar que o país entre numa nova crise política. Tentarei até ao fim chegar a um entendimento. Penso que é isso que um partido com a dimensão que o Chega alcançou deve fazer”, reforça.

“Luís Montenegro pode reunir com quem entender, com a Iniciativa Liberal, com o PAN, com o Livre, com quem entender. Mas isso não fará uma maioria na Assembleia da República. Para haver uma maioria é preciso Chega e PSD.”

“Se não houver acordo de Governo, o PSD será responsável pela instabilidade que gerar”, aponta o líder do Chega. “Eu não posso fazer mais do que tenho feito nos últimos dias. O Presidente da República até reconheceu algum excesso de voluntarismo da minha parte."

Questionado se aceitará firmar um acordo com os sociais-democratas mesmo que não tenha um lugar no Governo, André Ventura desdramatiza - essa não é condição essencial, garante: “A questão nunca foi pastas ou ministérios, nem os lugares, o que faz sentido é que haja um acordo de Governo.”

O líder do Chega mantém ainda a esperança que a contagem de votos dos círculos da emigração possa contribuir para aumentar o número de deputados do partido no Parlamento - atualmente 48.

Na semana passada, Marcelo recebeu PAN, Livre, CDU, BE e IL em Belém. Na terça-feira será ouvido o PS e na quarta-feira é a vez da Aliança Democrática, com a audição a acontecer no mesmo dia em que será conhecida a distribuição dos deputados da emigração.

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