O Hamas já informou os mediadores do Egito e do Qatar de que aceitou a proposta de cessar-fogo para suspender a guerra de sete meses com Israel na Faixa de Gaza. No entanto, mesmo que o Governo de Israel dê luz verde à proposta, a operação em Rafah é uma possibilidade que não deve sair de cima da mesa.
Quem o diz é o Major-General João Vieira Borges, professor de Estratégia e Relações Internacionais, em declarações à SIC.
“Israel nunca vai abdicar [da ofensiva em Rafah] no seu discurso. Não pode. (…) As forças têm de estar prontas para em qualquer momento, caso [o acordo] não resulte, caso não venham 33 reféns vivos, poder desencadear esse ataque”.
João Vieira Borges realça que, mesmo num cenário em que o Governo de Benjamin Netanyahu aceite a proposta de cessar-fogo, este “poderá não ser cumprido ao fim de 42 dias e depois voltarmos novamente à guerra”.
"Nessa situação, ele [o primeiro-ministro israelita] não pode tirar as forças imediatamente, nem cancelar os planos em Rafah. Ele vai continuar a falar do ataque, mesmo que aceite o acordo. Rafah vai estar sempre em cima da mesa, para o caso do Hamas não cumprir o acordo".
Há vários meses que Egito e Qatar têm mediado conversações entre Israel e o Hamas, procurando encontrar uma solução para a guerra espoletada pelo ataque do movimento islamita em território israelita, em 7 de outubro passado.
Não são conhecidos até agora os detalhes da proposta, nem a posição oficial das autoridades israelitas, embora, segundo meios de comunicação israelitas, o acordo não tenha ainda luz verde de Israel.