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Israel dá ordem de retirada aos civis em Rafah

Bombardeamentos israelitas fizeram, na última noite, mais 22 mortos, entre eles crianças. Pela manhã, quando se revolviam os escombros e identificavam as vítimas, chegou a ordem de retirada.

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Israel deu ordem a milhares de civis palestinianos para que abandonem Rafah. É um sinal de que pode estar para breve o ataque israelita à região onde estão milhares de refugiados.

Os primeiros carros, as primeiras carroças. Apanham o caminho de saída. O mesmo que lhes foi indicado há meses, mas no sentido contrário, como sendo o único seguro, para a cidade de Rafah.

O dia amanheceu chuvoso, no sul da faixa de Gaza. E do céu caíram também panfletos, com ordem de retirada para pelo menos 100 mil civis.

“Lemos o panfleto. Não sabemos para onde ir. Mandaram-nos sair da cidade de Gaza e agora não sabemos para onde ir”, afirma Ziad Dada, palestiniano deslocado na cidade de Rafah. “Tenho filhos, a minha mulher, a minha mãe, o resto da família, e nenhum de nós sabe para onde ir.”

“Para onde vou? Não tenho dinheiro nem nada. Estou muito cansada. Eu e os meus filhos. Para onde é que vou? Para onde?”, questiona Sahar Abu Nahel, outra desalojada palestiniana.

A ordem é para que os civis se dirijam para a região de Khan Younis. O mapa vem nos panfletos disparados do céu.

Os palestinianos de Rafah são aconselhados a irem para locais como o campo de refugiados de Muwasi, que Israel considera uma "zona humanitária" - ou seja, uma zona segura, como antes era suposto ser também Rafah.

“Os ocupantes israelitas disseram às pessoas para irem para Rafah, que era uma zona segura. Hoje, dizem para saírem de Rafah. Para onde vão estas pessoas todas, os 1,5 milhões ou 2 milhões de civis? Para o mar?”, atira Abu Ahmed, deslocado palestiniano. “Eles querem cometer um genocídio, foi isso que percebemos.”

Israel celebra, esta segunda-feira, um dia em memória do Holocausto. Com todos os dirigentes, políticos e militares presentes, Netanyahu compara o presente com o passado de há 80 anos.

“Como primeiro-ministro de Israel, o único Estado judeu, prometo hoje, aqui de Jerusalém, neste Dia da Memória do Holocausto, que se Israel for obrigado a ficar sozinho, ficará sozinho. Mas sabemos que não estamos sozinhos. Porque inúmeras pessoas decentes em todo o mundo apoiam a nossa causa justa e eu digo-vos que derrotaremos os nossos inimigos genocidas. O “nunca mais” é agora”, declarou Benjamin Netanyahu.

Perante estas palavras, ou mesmo este minuto de silêncio, poucos acreditarão ainda em negociações de paz.

Também o Hamas mostra os rockets lançados pelo movimento, nas últimas horas, em direção ao sul de Israel, à fronteira de Kerem Shalom. No ataque terão sido mortos três soldados israelitas.

No sentido inverso, os bombardeamentos israelitas da última noite, em Rafah, fizeram mais 22 mortos. Entre eles, cinco crianças, incluindo um recém-nascido.

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