Continuam os protestos de estudantes pró-Palestina nos Estados Unidos, sendo que mais de 1.600 pessoas já foram detidas em 30 universidades.
De acordo com o especialista em estratégia e história militar, coronel José Henriques, os protestos dos últimos dias são realmente um motivo válido para Joe Biden estar preocupado.
"Normalmente, quem se mete com os estudantes sai-se mal, isso é sabido", e "os protestos que eles estão a fazer podem prejudicar gravemente a candidatura de Joe Biden", garantiu o coronel.
Na opinião do especialista, "tem de ser desmascarado", se há ou não um apoio económico a este tipo de manifestações e só assim é que Biden "vai conseguir evitar que cresça uma vaga de fundo a favor de Israel".
Segundo o coronel José Henriques estas manifestações não são só uma forma de os alunos alertarem para o que está a acontecer na Faixa de Gaza, mas também significam um certo perigo de radicalização.
Tendo em conta que o Hamas rejeitou a proposta de cessar-fogo Israelita "que os EUA consideravam extraordinariamente generosa", o coronel garante que na sua opinião o que se está a passar é que "o Hamas não quer para já parar com a instabilidade que se passa no Médio Oriente".
O especialista não acredita que haja qualquer possibilidades de o Hamas aceitar qualquer tipo de acordo sem a retirada das tropas israelitas de Gaza.
"Não acredito porque o Hamas pretende a retirada dos israelitas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, para eles, Hamas, entrarem junto da autoridade palestiniana num futuro Governo na região", o que segundo o especialista será impossível porque Israel, "não pode aceitar uma coisa dessas".
Durante a sua análise na antena da SIC notícias, o coronel José Henriques analisou ainda a atual forma de recrutamento na Ucrânia.
Segundo o especialista, a Ucrânia está a pensar recrutar presos, tal como os russos fizeram, porque "para haver terreno conquistado tem de haver tropas".
"Pode haver mísseis, pode haver drones, pode haver o que quiserem, mas quem conquista, ocupa e defende o terreno são as tropas", defendeu.
Analisando também o recrutamento em Portugal e a possibilidade de haver um recrutamento de jovens delinquentes para as forças armadas, o especialista deixou clara a sua opinião.
"As forças armadas não são um reformatório. As forças armadas são uma coisa extraordinariamente séria que tem o dever de garantir a segurança, a liberdade, a democracia, a soberania e a independência da pátria", disse o especialista reforçando que está totalmente contra essa ideia.