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Protestos em universidades nos EUA podem vir a decidir "eleição presidencial em novembro"

Germano Almeida analisa os últimos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente, com destaque para as manifestações pro-Palestina que estão a acontecer nas universidades americanas.

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Mais de 1.600 pessoas foram detidas em 30 universidades, na sequência dos protestos pró-Palestina nos Estados Unidos.

Esta madrugada, a polícia norte-americana redobrou esforços para tentar dispersar os estudantes que estão a acampar na universidade da Califórnia. No entanto, ainda assim, permanecem mais de 1.000 manifestantes no local e não há fim à vista para os protestos e para a repressão da policia.

De acordo com Germano Almeida, comentador SIC, o que se está a passar nas universidades americanas "é mais importante do que há uns dias" porque, segundo o comentador, "num ano, com tantos fatores imprevisíveis, não é impossível que este tema venha a ser uma espécie de 'cisne negro' que vá decidir muita coisa, quem sabe até a eleição presidencial em novembro".

Sobre as criticas de Biden aos estudantes terem ou não um peso maior em ano de eleições, o comentador garante que "sem dúvida que sim".

"Biden tem aqui muito por onde perder porque o perfil dos estudantes que protestam é mais democrata do que republicano. São mais à esquerda, e têm um perfil de maior conhecimento. Portanto, Biden tem mais a perder com isto", afirmou.

"É sempre muito difícil gerir uma situação destas para quem é Presidente dos Estados Unidos", garantiu o comentador explicando que ainda que Biden não possa dar razão aos estudantes devido às perturbações que estão a causar, também não se pode colocar totalmente contra porque na base das manifestações "está naturalmente a crítica aos excessos de Israel em Gaza e de, por exemplo, ao investimento de empresas americanas no apoio a Israel".

Analisando o que se passa no Médio Oriente, o comentador garante que "é difícil" saber até quando irá durar o impasse e que não acredita que seja desta o seu fim.

Israel recusou o acordo com o Hamas e garantiu que vai entrar em Rafah, e ainda que os Estados Unidos falem em falta de plano credível, o comentador garante que as coisa só se resolveriam se Israel cumprisse a exigência do Hamas e retirasse as tropas de Gaza.

Sobre fazer ou não sentido os esforços para um novo cessar fogo quando a posição é esta, o comentador diz que sim.

"Na minha opinião, fazem por parte dos Estados Unidos. Na perspetiva em que estão a sinalizar internamente que se o Hamas assim não quer, então há mais condições para que numa próxima ronda negocial sejam mais duros com o Hamas e também para no fundo clarificar posições também junto de Israel. Ou seja, por parte dos Estados Unidos, estão a mostrar a Israel que estão a aumentar os esforços humanitários", garantiu.

"Por exemplo, estão a mostrar aos estudantes universitários que os EUA, afinal, não estão só do lado de Israel e estão também com preocupações humanitárias em relação ao que está a passar em Gaza", acrescentou.

Germano Almeida fez ainda uma breve análise à guerra na Ucrânia. Sobre as novas sanções dos Estados Unidos à Rússia, o comentador afirma que "acima de tudo, mostram que os Estados Unidos estão claramente atentos" e que são uma forma "de mostrar ao mundo que a Rússia está a utilizar como método de guerra, algo que está perfeitamente impedido dentro da Convenção das Armas Químicas".

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