Além Fronteiras

Ricardo Sá Pinto: “Em competição sou um animal”

Considerado o melhor treinador da liga, ao serviço do Apoel, adaptou-se bem ao Chipre, mas nos primeiros tempos o lado esquerdo do carro sofreu um bocadinho. Saiu-lhe da carteira. Uma conversa descontraída em que Sá Pinto brinca com o seu lado emocional.

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Para o treinador português, o Apoel é o melhor clube do Chipre. “Normalmente está nas competições europeias e nos bons tempos financeiros também esteve na Liga dos Campeões”.

A passagem pelo Chipre está a ser uma experiência muito positiva, com o clima e a gastronomia a ajudarem.

“O ano todo de sol, com temperaturas muito boas, praticamente sem inverno. Além disso, o país tem uma costa lindíssima. O Chipre é, sem dúvida, um país para se conhecer”.

No Chipre, a pior experiência sentiu-a logo nos primeiros tempos. Saiu-lhe da carteira e notou-se no lado direito do carro.

Oito meses sem receber e três presidentes

Já no Irão a experiência foi diferente. Bem mais difícil. Apesar de também ter sido considerado o melhor treinador. Um milagre, diz.

Ricardo Sá Pinto lembra que o jogador iraniano é profissional e dedicado e que até fez uma grande temporada, ”apesar de não ter recebido durante oito meses”.

“Uma época em que tive três presidentes. Nunca me tinha acontecido. Em termos de condições de trabalho, não tínhamos um campo certo para treinar, não tínhamos um ginásio, uma zona de recuperação, um departamento médico”.

A conjuntura social também não ajudou e piorou depois da morte da jovem Mahsa Amini. “Houve uma revolta grande da população e foram dias e dias sem sequer poder ir ao centro da cidade”. Foram dias “muito difíceis” ao ponto de pensar em abandonar o país.

“Eu tenho que brincar com o meu lado emocional”

Algumas imagens do lado mais emotivo e expansivo de Ricardo Sá Pinto durante a passagem pelo Irão correram o mundo. O português sabe que, como treinador, deve ter algum cuidado, mas nem sempre é fácil.

“Eu tenho que brincar um bocado com o meu lado emocional. É uma característica da minha personalidade e não posso fugir a ela. Eu em competição sou um animal. Temos que ganhar, eu faço tudo para ganhar. Quando sou prejudicado, por vezes, também me posso exceder. Como treinador tenho que ter mais cuidado, mas nem sempre é fácil”.


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