Além Fronteiras

A aventura de Vítor Pereira na Arábia Saudita: um “cheque” em branco, o pedido do rei e os jogadores que se escondiam

Queria treinar em Inglaterra mas um príncipe levou-o para a Arábia Saudita. Vítor Pereira mergulhou numa verdadeira aventura, com episódios que davam para escrever um livro. Mas também há histórias da Turquia, da Grécia e da China, onde um dia foi convidado para provar um petisco especial.

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Já esteve na Alemanha, na Arábia Saudita, na Turquia, na Grécia, na China e duas vezes no Brasil. Vítor Pereira diz que “só custa a primeira vez” quando se sai do País. Ao Além Fronteiras conta que teve alguma dificuldade quando saiu do FC Porto para a Arábia Saudita. ”Senti que tinha ido para uma vida muito diferente do que estava habituado”.

Ainda não sabia, na altura, a realidade que o esperava. Vítor Pereira começa por contar que a ida para a Arábia foi “engraçada”.

“Escreve os números que quiseres”

Um dia estava em casa e bateram à porta dois árabes que lhe disseram: “estamos aqui para levá-lo para a Arábia Saudita”. Estiveram nove dias em Portugal. Ao oitavo dia, como não estavam a conseguir, chegou a Portugal de jato o príncipe, filho mais velho do rei, que disse que não podia regressar sem ele.

No dia seguinte, o príncipe perguntou ao treinador português o que queria para ir para a Arábia Saudita e pousou um contrato em cima da mesa em branco. Pediu que escrevesse os números que quisesse. Vítor Pereira falou com a mulher e arriscou um valor. Nunca pensou que aceitassem. A resposta foi imediata: “está feito”.

A realidade na Arábia Saudita

A partir daí, a adaptação à vida na Arábia Saudita incluiu treinar à meia-noite e às duas da manhã estar a fazer grandes jantaradas e acordarem-no às três da manhã para ir preparar o dia seguinte.

Sobre o primeiro jogo diz que “foi surreal”. “No balneário estava eu e os estrangeiros, porque os jogadores equipam-se individualmente. Eu queria falar com os jogadores e não sabia onde andavam”, recorda.

As polémicas conferências de imprensa e os braços levantados na Grécia

A passagem pela Grécia também ficou bem marcada no percurso do treinador português. “Quando chegávamos ao estádio aquilo era um clima de guerra autêntica, de terrorismo”. Vítor Pereira relembra ainda o processo que demorou seis anos a resolver.

“Se tu chegas lá e comemoras um golo virado para eles com os braços no ar como eu fiz, é o maior crime que podes cometer”.

A minha namorada “adora-te”

Também da Turquia há momentos que Vítor Pereira não esquece. Como a placa que lhe foi dada pelo presidente do Fenerbahce para ter livre trânsito e o dia em que um polícia o mandou parar e fez um telefonema para a namorada.


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