Viajamos até Antalya, no sul da Turquia, para falar com alguém que não nasceu em Portugal, mas sim no Brasil, em Belo Horizonte. Jogou ao serviço do Boavista e do Benfica e acabou por se tornar português de passaporte e de coração.
Helton Leite, ex-guarda-redes do clube da Luz, conta ao Além Fronteiras que a cidade de Antalya, onde hoje vive e trabalha, tem uma grande variedade cultural e que o clube que representa está muito bem estruturado e que os adeptos são muito tranquilos.
O carinho pelo Boavista e a conversa franca com o Benfica
Portugal marcou-o, em especial a Nortada, a hospitalidade das pessoas do norte e a comida, mais precisamente o bacalhau. Pelo Boavista tem um grande carinho e continua a querer morar em Cascais. Para já, quer conhecer mais o mundo.
Sobre a passagem pelo Benfica explica que estava tudo a correr bem, mas como não jogava teve uma conversa franca com o clube. “Disse: amo estar cá, a minha família está muito bem em Lisboa, mas eu não jogo”.
A partir daí foi um ano à procura de uma nova equipa. Teve várias hipóteses, mas acabou por optar pelo Antalyaspor.
Carlos Vinícius “era um grande palhaço”
Da Luz recorda ainda os companheiros, o mais “engraçado” era o Carlos Vinícius, que “era um grande palhaço”. Explica que “é aquele jogador que altera completamente o ambiente de um balneário e de um clube”.
Helton chegou ao Benfica e logo no quinto dia fez uma subluxação no ombro esquerdo. O médico disse-lhe que ia parar por, pelo menos, quatro semanas. Jorge Jesus “não deixou”.
Jesus leva os jogadores ao limite
Todos os dias o técnico ia à sala de tratamentos. Um dia chamou-o. Helton disse que estava lesionado e Jesus respondeu que “não faz mal”.
“Nos primeiro dias não sei como treinei. Mostra como leva os jogadores dele ao limite. Não existe dor, não existe lesão, não existe nada. Com ele ou dás 100% ou estás fora”.
Por isso, quando viu Neymar lesionar-se pensou: “vai haver barraca com o Jorge Jesus”.