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Da esquerda à direita, oposição considera que Montenegro “começa mal”

O novo primeiro-ministro foi acusado, na Assembleia da República, de não querer dialogar e de ter as prioridades trocadas para a legislatura.

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A oposição criticou fortemente o programa do Governo, esta quinta-feira, na Assembleia da República. Pedro Nuno Santos acusa o primeiro-ministro de arrogância e de não dialogar.

Em dia de estreias, no Governo e na oposição, as 60 propostas que PSD e CDS foram buscar aos restantes partidos foram vistas como tudo menos diálogo. O líder do PS, partido que se vai abster nas duas moções de censura que serão votadas, deixou um aviso a Montenegro.

“Começo por lamentar a arrogância com que se dirigiu ao partido Socialista. Começa mal”, atirou Pedro Nuno Santos.

“Pode contar connosco para assegurar uma política intemporal em matéria externa, em matéria europeia, em matéria de defesa. Não contará connosco para deslocar e transferir rendimentos da classe média para quem não precisa deles. Não contará connosco para iniciar o desmantelamento do Estado Social. Nisso nunca contará connosco.”

As críticas da direita

Num Parlamento muito dividido, onde a maioria de quem lidera é curta, disputa-se também, do outro lado do hemiciclo, o lugar de oposição e de herdeiro da direita.

André Ventura critica Montenegro por, não tendo maioria, dizer aos deputados que quem viabilizar este programa de governo fica “amarrado a viabilizar” o Executivo da Aliança Democrática durante toda a legislatura. Também as opções programáticas mereceram a censura do líder do Chega.

“Como é que mete 32 medidas do PS no seu programa? Do PS nem é zero, é menos. É negativo. Não se mete nada”

Na resposta, o primeiro-ministro traçou uma linha entre responsabilidade e irresponsabilidade.

“Seria estranho que, num dia, nós não rejeitássemos o programa do Governo e no dia seguinte deitássemos o programa abaixo. Eu sei que o sr. deputado André Ventura está habituado a mudar de opinião exatamente a este ritmo. Aliás, às vezes nem é de um dia para o outro, é mesmo no próprio dia.”

No Parlamento, há uma bancada com quem Montenegro sabe que pode contar mais, a dos liberais. Mas mesmo essa deu-lhe nota insuficiente.

“Para as gerações que estão acima dos 35 anos o desagravamento discal vai ser mínimo. O que é este país tem contra as gerações que têm mais de 35 anos?”, questionou Rui Rocha, da Iniciativa Liberal.

E as críticas da esquerda

A esquerda vê no novo ciclo político um novo ciclo de favores às grandes empresas.

“Se forem rejeitadas as moções de rejeição aqui apresentadas, amanhã, sexta-feira, depois da depois da hora de almoço, abre a happy hour das grandes empresas”, afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.

Já Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, ataca a anunciada redução do IRC.

“Encontram sempre razões para fazer mais favores aos grupos e económicos e para tirar ao Estado as condições e os meios para cumprir as suas funções."

O líder do Livre defende que, antes de “aliviar os impostos dos mais riscos”, o excedente orçamental deve servir para “responder à emergência social”.

"Está disponível para abrir no processo orçamental, no primeiro semestre do ano, a discussão de um compromisso de equidade e investimento?”, perguntou Rui Tavares ao primeiro-ministro.

O programa de Governo será debatido ao longo de dois dias.

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