Vídeo

Montenegro avisa oposição que portugueses não querem “cheques sem cobertura”

Montenegro apela a PS para não bloquear ação do Governo. No discurso de apresentação do programa do novo Executivo, na Assembleia da República, o primeiro-ministro apelou ao diálogo e deixou recados aos socialistas, mas também ao Chega.

Loading...

Luís Montenegro exortou, esta manhã no Parlamento, a oposição e, em especial o PS, a assumir já se tem alguma reserva mental contra o Governo. O primeiro-ministro lembrou que o importante não é "aderir ao programa do Executivo, mas, sim, não bloquear a sua execução".

“Estamos aqui hoje para cumprir Abril, para cumprir a democracia, cumprir o direito de escolher, cumprir a aspiração de liberdade, de solidariedade, de igualdade de oportunidades.”

Dado o mote, o primeiro-ministro, anunciou o que pretende que o XXIV Governo dure os próximos quatro anos e meio. E para pôr fim à “trajetória de empobrecimento”, sublinha, aponta três caminhos: “salvar o Estado Social, concretizar transformações estratégicas, dinamizar a economia com responsabilidade financeira”.

Medidas que carecem da aprovação parlamentar, uma vez que o PSD governa em minoria - por isso, adverte a oposição e, em particular, o PS.

“Que estranho soa ouvir aqueles que não resolveram tantas coisas em 3050 dias exigirem agora ao Governo que o faça em 60 dias”, atirou.

“Vamos ouvir, dialogar e negociar com todas as forças políticas legitimadas pelo voto popular democrático e decidiremos, sem preconceitos ideológicos nem arrogância, com sentido de compromisso e espírito agregador”, garantiu o chefe de Governo.

Sabendo que, se o PS não viabilizar o documento por via da abstenção, o programa do Governo pode estar comprometido à partida, Montenegro quis comprometer os socialistas em pleno hemiciclo.

“Não se trata de aderir ao programa. Trata-se de não bloquear a sua execução. Os portugueses percebem que a oposição não queira dar um cheque em branco ao Governo. Mas os portugueses não perdoarão se a oposição der um cheque sem cobertura ao país”, declarou, acrescentando que os portugueses exigem ainda mais do Partido Socialista, “que governou durante 22 dos últimos 28 anos”.

“Se o Partido Socialista não tem essa reserva mental, então nestes dois dias, e nos anos seguintes, com certeza que fará a sua oposição, mas também irá assumir a consequência de não bloquear o normal funcionamento do Governo”, acrescentou Montenegro. A mensagem foi alargada noutros âmbitos e a outras forças políticas.

“Rejeitaremos sempre o discurso do ódio e a radicalização política. Apresentamos este programa do Governo com o foco no bem-estar dos portugueses.”

Começou com o elogio de Abril, terminou com uma citação do Nobel português da Literatura, José Saramago, conhecido pela militância no PCP: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do