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Análise

Acordos políticos: "Não há nenhum partido que queira ficar de fora"

O analista de ciência política Bruno Costa considera que "há um consenso generalizado entre o PS, PSD e até entre o Chega”, ao nível da convergência entre as medidas a adotar nesta governação.

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Na Edição da Manhã desta terça-feira, da SIC Notícias, o comentador da SIC Bruno Costa analisou a última troca de correspondência entre o primeiro-ministro e o líder do PS, Pedro Nuno Santos. O analista de ciência política considera que Luís Montenegro deve “procurar evitar passar a mensagem de alguma arrogância institucional”.

Segundo Bruno Costa, “Luís Montenegro é adotado ao discurso de ser o responsável pela implementação de um programa de Governo”, o que “de certo modo, é para colocar o ónus da estabilidade do próximo ciclo governativo na oposição”.

“No entanto, Luís Montenegro perde alguma noção daquilo que é a composição parlamentar e da necessidade de um conjunto de entendimentos mais vasto”, afirma o comentador.

Acrescenta também que ainda que seja “uma negociação certamente difícil para Luís Montenegro”, o primeiro-ministro no espaço público "deve procurar evitar passar a mensagem de alguma arrogância institucional, e de tentativa de imposição de um determinado caminho sem essa negociação prévia”.

Pedro Nuno tenta evitar que o PS fique refém em outubro?

Sobre a convergência de ideias entre os partidos políticos, o analista de ciência política considera que há um “consenso generalizado entre o PS, PSD e até entre o Chega”.

“Não há nenhum partido que queira ficar de fora do ganho mediático relativamente à aprovação dessas medidas. Além disso, demonstrando esta disponibilidade de inquirimentos, Pedro Nuno Santos mostra que faz parte desse arco da governabilidade e ganha espaço para num futuro, a médio longo prazo, ser muito mais incisivo na oposição”, acrescenta.

Para Bruno Costa, e sobre o Orçamento de Estado, o líder socialista “tem tido dificuldade em ser claro relativamente à forma e ao sentido de voto”, mas “ainda há muita margem de debate e diálogo”.

“Num pressuposto Pedro Nuno Santos tem sido muito claro: não é admissível que se peça o apoio do Partido Socialista para adotar medidas que vão contra as prioridades governativas do PS”, afirma o comentador.

Troca de correspondência política

O socialista enviou, esta segunda-feira, uma carta ao primeiro-ministro Luís Montenegro na qual reitera “o interesse do Partido Socialista em trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções”.

O primeiro-ministro já respondeu esta terça-feira à carta o secretário-geral do PS lhe enviou. Luís Montenegro não só elogia o “exercício de responsabilidade” como saúda o “compromisso” assumido pelo socialista.

Pedro Nuno Santos entretanto já ripostou, e explicou que está disponível para viabilizar um orçamento retificativo, mas o mesmo não se aplica a um orçamento do estado. Quanto à resposta de Luís Montenegro, o líder do PS classifica como arrogante.

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