As buscas para encontrar os dois desaparecidos no naufrágio de uma embarcação ocorrido ao largo de Tróia, Grândola (Setúbal), no domingo, vão ser suspensas na noite desta segunda-feira e, no dia seguinte, serão alargadas "oito milhas náuticas", disse a Polícia Marítima.
Durante a tarde, os meios já tinha sido reforçados. No mar, uma moto de água procurou pelos desaparecidos na foz do rio Sado, na zona do Cambalhão, enquanto a sobrevoar a água, o drone da Marinha juntou-se ao da Autoridade Marítima Nacional. No areal, o patrulhamento tem cabido à Polícia Marítima.
Com a falta de resultados, alargam-se as buscas tanto para Oeste como para Sul, até à Comporta.
"Vamos alargar um bocadinho mais as buscas para as oito milhas náuticas, ou seja, cerca de 15 quilómetros, tanto para norte, como para oeste da posição" em que está sinalizado o naufrágio da embarcação, precisou o capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, Serrano Augusto. Esta decisão foi tomada porque, nos trabalhos efetuados até ao momento, "não houve relatos nenhuns de avistamentos, nem pelo pessoal envolvido nas buscas, nem por outras embarcações que navegam na zona".
Junto à embarcação naufragada foram recuperados os corpos de duas vítimas mortais: uma criança de 11 anos que tinha o colete vestido e um jovem de 20 anos. A equipa de mergulho forense da Marinha confirmou que não há corpos retidos no barco.
“Nada previa uma situação destas”
As cinco pessoas que tinham saído para pescar regressavam a terra quando um golpe de mar apanhou desprevenido o timoneiro de 62 anos, o único sobrevivente.
“Não havia avisos de mau tempo, o que é certo é que este mar tem muita força nesta área (…) mas nada previa uma situação tão fatídica”, afirmou o comandante Serrano Augusto.
Foram abertos os processos de acidente marítimo e crime pelo Ministério Público. A investigação prossegue.