Contas Poupança

Quer começar a investir parte das suas poupanças mas tem medo? Conheça as vantagens e os riscos

Quer investir? O importante é não ter medo de aprender sobre como funciona o dinheiro e ter a coragem de não resgatar os seus investimentos quando estiverem em queda. O Contas-Poupança explica-lhe como tudo funciona.

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Os portugueses não gostam nada de arriscar. Não é por acaso que os principais produtos de poupança são os depósitos a prazo e os certificados de aforro. Neste Contas-Poupança vamos explicar-lhe que não é preciso ser rico para começar a investir. Há muitas vantagem, mas também tem de conhecer os riscos.

Um inquérito recente, apoiado pela CMVM, revelou que só 28% da população investe no mercado de capitais. Ou seja, sete em cada 10 portugueses nem querem ouvir falar em investimentos como ações, fundos de investimento, ETF ou Fundos PPR. Esta pode ser uma explicação para as nossas fracas poupanças, porque historicamente é uma das principais formas de alguém ganhar dinheiro com o seu dinheiro.

Curiosamente, diz o documento, alguém tornar-se um investidor não depende de ter estudos, nem de ganhar muito dinheiro. Só 14% dos portugueses têm educação superior e um em cada três investidores em Portugal ganha menos de 1.000 euros por mês.

Por outro lado, o estudo mostrou que também há problemas graves entre quem já investe. São poucos os que leem os documentos e baseiam-se nas informações que ouvem na televisão e na rádio (46%) ou na internet (43%), onde reina uma grande desinformação e muitas fraudes.

Qual o primeiro passo?

Obviamente, o primeiro passo para investir é ter algum dinheiro disponível e nem todas as famílias podem sonhar com isso. Mas o que nos deve fazer pensar é que há também famílias que têm poupanças paradas à ordem ou a render muito pouco, e nem sequer pensam nessa possibilidade, simplesmente por medo ou ignorância.

Investimentos em Bolsa

Investir em produtos relacionados com a Bolsa tem riscos, mas também tem historicamente rendimentos mais elevados. Por exemplo, se tivesse investido 1.000 euros em 2013 (há 10 anos) em produtos diversificados nas bolsas, e não tivesse mexido neles, hoje teria mais do triplo do dinheiro investido, com um rendimento médio anual de mais de 11%.

Será que alguém lhe pode garantir que isso vai continuar a acontecer? Claro que não! Só daqui a 10 anos é que vai saber se valeu a pena arriscar um pouco agora ou não.

O importante é não ter medo de aprender sobre como funciona o dinheiro e ter a coragem de não resgatar os seus investimentos quando estiverem em queda.

Casos práticos

Vamos a alguns exemplos de rendimento, tendo em conta apenas o passado e sem nenhuma garantia de que no futuro isso vai acontecer.

Se eu tivesse investido 10 mil euros há 10 anos num depósito a prazo que rendesse 2%, hoje teria 12.189,84 € (mais 2.189,94 € em juros).

Se tivesse subscrito obrigações que rendessem todos os anos 3%, teria hoje 13.439,16 € (+3.439 € em juros).

Se tivesse comprado ações de duas das maiores empresas tecnológicas dos Estados Unidos, uma teria crescido 1.500% e a outra 1.100%. Estamos a falar de mais 100 mil euros em valorizações em apenas 10 anos. Claro que o risco que corria era essas empresas falirem e perder tudo. Neste caso não aconteceu, mas podia ter acontecido.

Se tivesse investido num dos melhores fundos de investimento nacionais, disponível na Caixa Geral de Depósitos, teria tido um resultado de mais de 11% ao ano. Teria hoje 30.236 euros. Mais 20 mil euros em juros.

Se tivesse colocado o mesmo dinheiro num ETF SP 500, que cresceu também cerca de 11% ao ano em média, teria ganho 18.394 euros em juros.

E se tivesse feito um Fundo PPR que rendesse 7% ao ano, teria hoje cerca de 19.671 euros.

Só por estes exemplos, consegue perceber que é possível ganhar dinheiro investindo no mercado de capitais. Mas deve ter sempre muito cuidado antes de fazer e sempre com dinheiro que não lhe faça falta para outras coisas.

Seguem as dicas

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários é - de uma forma muito simplista - a "polícia" das Bolsas. Regula e supervisiona o mercado, mas também quer incentivar os portugueses a começar a investir mais, mas com conhecimento e equilíbrio.

Comece por se informar junto do seu banco ou qualquer corretora ou entidade registada na CMVM e peça ajuda para perceber qual é o melhor investimento para si, de acordo com o seu perfil.

Pergunte no seu banco que fundos de investimento tem e como funcionam. Se quiser experimentar, comece com valores pequenos até perceber como eles sobem e descem ao longo do tempo. E diversifique. Nunca coloque todas as suas poupanças em apenas um produto. É outra regra básica do investimento saudável.

Atenção às burlas

No tal Portal do Investidor, da CMVM, clicando aqui em "Proteger o seu investimento" e depois em "Lista de Entidades Autorizadas" tem a lista de todas as instituições credíveis para começar a fazer as suas perguntas. Se não estiver numa destas listas, tenha muito cuidado porque provavelmente é burla.

Se lhe sugerirem comprar ações - mesmo que sejam de empresas conhecidas - ou outro tipo de produtos financeiros, através das redes sociais, desconfie também. Há muitas pessoas a cair neste tipo de fraudes.

Haver burlas e más experiências, e até falências no passado, não quer dizer que todos os investimentos são maus ou perigosos. O segredo é saber escolher os melhores e aprender a gerir os riscos e identificar fraudes. Nunca invista em nada que não conhece.

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