Os Protagonistas

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Marisa Matias: “Muito do povo judeu tem tido das posições mais corajosas sobre esta guerra”

Marisa Matias, eurodeputada e duas vezes candidata à Presidência da República pelo Bloco de Esquerda, deixa críticas à tradição dos governos mais recentes serem o “bom aluno” da União Europeia, esperando que o próximo governo reconheça a Palestina. É a terceira convidada de Sebastião Bugalho, no podcast Os Protagonistas, da SIC Notícias

Sobre a luta contra a extrema-direita, não abdica de a travar, mas admite ser um equilíbrio difícil: entre o combater e o dar centralidade ao extremismo. Sobre a guerra no Médio Oriente, defende que não se pode confundir as críticas a Israel com antissemitismo mas que também não se deve confundir o povo judeu com as práticas do Governo de Israel. “Muito do povo judeu tem tido das posições mais corajosas sobre esta guerra”.

TOMAS ALMEIDA

Tornou-se eurodeputada com 33 anos e sairá com 48. Nos últimos 15 anos, encabeçou quatro candidaturas do Bloco de Esquerda: duas à Presidência da República e duas ao Parlamento Europeu. Regressa agora a Portugal para ser cabeça-de-lista do seu partido no Porto, rumo à Assembleia da República.


Em Bruxelas, negociou e tomou o gosto por procurar maiorias o mais vastas possível, desde que para melhorar a vida das pessoas. Em 2024, espera que as esquerdas se entendam para um acordo que "nunca será maximalista", ainda que tenha esperança que os direitos humanos não sejam esquecidos e que, por exemplo, o Estado da Palestina seja reconhecido pelo Governo que sair das eleições de 10 de Março.

Sobre a possibilidade de se recandidatar a Belém uma terceira vez, em 2026, sorri e acena que não. Para Marisa, "a geringonça não foi perfeita", mas capaz de uma estabilidade invejável. Sobre a sua evental reedição, prefere esperar pelo jogo de forças que sair das eleições, em que não toma nada por garantido. "A política tem esta coisa maravilhosa em democracia, não podemos dar nada por adquirido", enaltece.

Deixa críticas à tradição dos Governos mais recentes escolherem ser "o bom aluno" da União Europeia e diz mesmo não ter havido um momento, exceptuando a questão das sanções, em que o PS tenha preferido o confronto "à anuência".

Sobre a luta contra a extrema-direita, não abdica de a travar, mas admite ser um equilíbrio difícil: entre o combater e o dar centralidade ao extremismo. "O combate à extrema-direita não pode ser o centro da política", adverte.

Sobre a guerra no Médio Oriente, defende que não se pode confundir as críticas a Israel com antissemitismo mas que também não se deve confundir o povo judeu com as práticas do Governo de Israel, deixando elogio aos cordões humanos nos Estados Unidos e às manifestações solidárias em Telavive. "Muito do povo judeu tem tido das posições mais corajosas sobre esta guerra", diz. Para Marisa Matias, a punição coletiva é errada, seja com quem for.

Esta foi a terceira conversa de Os Protagonistas.

A caminho das eleições, a SIC Notícias apresenta 'Os Protagonistas'. Da direita à esquerda, dos senadores aos estreantes, Sebastião Bugalho entrevista uma série de personalidades da política nacional até ao dia em que todos seremos, mais uma vez, chamados a votar. Até lá, programas serão apresentados, debates serão travados e um país percorrido. Pelo caminho, teremos realmente entendido quem são os nossos protagonistas? Se os políticos não são todos iguais, o que têm em comum entre eles? Que poder têm, não os políticos, mas os que passaram pela política? Todas as terças-feiras um novo episódio.

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