Geração 70 em Podcast

Luís Montenegro: "O Chega formou-se por uma dissidência dentro do PSD, porventura subavaliada mas eu na altura não estava no ativo"

“Imagina um governo PSD/Chega? Não, não imagino”. Luís Montenegro não faz cenários sobre o pós eleições, mas reconhece que o partido de Ventura está a ganhar com a “desilusão e o protesto”. Aposta tudo no voto útil e em baixar o Chega. A relação de forças à direita pode ser a chave para o dia seguinte. Faz questão de lembrar que é “amigo” de Passos Coelho e que a relação “vai para além do trabalho politico”. Reconhece que a imagem do “passismo” deixou marcas mas assegura que quando falou na reconciliação com os reformados não quis provocar ninguém. Oiça aqui o último episódio da primeira temporada do Geração 70

José Fernandes

Nasceu no Porto em fevereiro de 1973, mas viveu sempre em Espinho. A ligação à cidade não é de sempre, mas a família tinha lá casa.

Dos 3 irmãos, o mais velho já morreu. A mãe formou-se em economia e é a segunda mais velha de 14 irmãos, todos licenciados. O pai formou-se em Direito em Coimbra e chegou a trabalhar na RTP.

Nunca sentiu a ausência da mãe, mas “a vida não era fácil, ela trabalhava muito”. “A minha mãe levantava-se às 6h00 da manhã para ir trabalhar e deixava o almoço pré-cozinhado. Eu depois cozinhava para mim e para o meu pai”, conta.


José Fernandes

Quando recorda estes tempos, compara-os às temporadas que passa em Lisboa, longe da família, e de como a certa altura a sua exposição política o obrigou a retirar os filhos da escola de Espinho para outra no Porto.

Andou sempre na escola pública. Brincava na rua e com 9 anos ia a pé para as aulas. “Até tinha a chave de casa”.

Com queda para o desporto, foi desde cedo um atleta polivalente, jogou andebol, voleibol e até fez ginástica. Com 16 anos, virou-se para o mar de Espinho e tornou-se nadador-salvador.


José Fernandes

O pai era mais ligado à política do que a mãe e chegou a fazer a campanha de Pires Veloso, um dos protagonistas do 25 de novembro de 1975.

Ficou-lhe gravada na memória a primeira campanha da AD, em 1979. “Ainda hoje guardo a minha bandeira de cetim do PPD e a do meu irmão, de um comício que fomos no Estádio das Antas”, conta. Com 18 anos, ligou-se ao partido e fez-se militante do PSD. Foi por esta altura que conheceu Pedro Passos Coelho e de quem é “amigo” até hoje. “A nossa relação vai para além do trabalho político”, garante.

Entrou para a Assembleia Municipal com 24 anos e aos 28 candidatou-se à Câmara de Espinho, onde foi vereador.


José Fernandes

Ganhou visibilidade quando Pedro Passos Coelho, na altura primeiro-ministro, o escolheu para líder parlamentar, num dos períodos mais negros da história do país - a intervenção da Troika.

Hoje é candidato a primeiro-ministro e enfrenta a ameaça do crescimento do Chega. “É um partido de protesto” que tem de ser entendido à luz da “diferença entre a expectativa e o resultado” dos anos de Governo do PS. Não aceita que haja “falta de comparência do PSD”, mas reconhece que o partido de André Ventura, formado depois de uma dissidência dentro do PSD, pode ter sido “subavaliado” - não por ele que nessa altura “não estava no ativo”, sublinha.


José Fernandes

Luís Montenegro é o convidado do novo episódio do podcast Geração 70. Nesta conversa com Bernardo Ferrão, falou sobre a infância em Espinho, as brincadeiras na rua e os primeiros passos na política. Com a campanha eleitoral à porta, fala sem tabus sobre como o PSD geriu (e gere) o crescimento do Chega e ainda sobre a crise na Madeira. “A saída de Miguel Albuquerque foi a decisão mais correta e não o disse em público por uma questão de lealdade”.

E depois de 10 de março, imagina um Governo PSD/Chega? “Não, não imagino”. Ouça aqui a entrevista.


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