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Reformados saúdam aumento de complemento solidário, mas defendem subida das pensões

Os pensionistas alegam que, se as reformas fossem mais altas, não haveria sequer necessidade de pagar um complemento solidário aos idosos.

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As associações de reformados estão satisfeitas com o aumento de 50 euros no complemento solidário para idosos. Os pensionistas afirmam, no entanto, que mais importante seria aumentar as pensões, para que o complemento não fosse sequer necessário.

O complemento solidário para idosos é um apoio que complementa as reformas mais baixas. Garante a diferença entre o valor da pensão e o teto máximo definido pelo complemento solidário para idosos, que agora passa de 550 para 600 euros.

Por exemplo, uma reforma de 350 euros (que tem direito e beneficia do complemento), em maio, recebeu um apoio de 200 euros.

Em junho, quando entram em vigor as novas regras, o valor do complemento sobe para 250 euros, garantindo, assim, que este idoso não recebe menos de 600 euros por mês.

"No ano passado, o complemento solidário para idosos era 488 euros, este ano já subiu para 550 e agora, com mais 50 euros, chegará aos 600 euros. É um aumento bem-vindo", afirma Maria do Rosário Gama, do movimento cívico APRE - Aposentados, Pensionistas e Reformados.

O compromisso do Governo é chegar ao final da legislatura com o complemento nos 820 euros.

As alterações agora anunciadas preveem ainda que o rendimento dos filhos deixe definitivamente de contar para a atribuição deste apoio. Uma regra que era muito criticada pelas associações de reformados e pensionistas.

"[Era] muito injusta porque há filhos que nem sequer vivem com os pais e alguns até estão fora, no estrangeiro. Portanto, a pessoa, que está aflita aqui, acabava por não conseguir chegar ao complemento", explica Isabel Gama, do MURPI - Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos.

As medidas vão permitir alargar o número de beneficiários do complemento, com pelo menos mais 22 mil pessoas a ter acesso. Atualmente, os beneficiários são cerca de 140 mil.

"Vai melhorar a vida dos reformados, mas continua, de facto, a não erradicar a pobreza. Nós precisávamos muito que chegasse mais além", sublinha Isabel Gama.

As associações defendem, por isso, que, mais importante do que aumentar o valor deste apoio, é subir as pensões, para que o complemento não seja sequer necessário.

"Há 1 milhão de pensionistas que recebem menos do que 600 euros de pensão e muitos destes são do regime contributivo. Fica aqui uma situação por resolver para as pessoas que recebem menos de 600 euros e não estão abrangidas por esta medida, que ficam numa situação um bocado injusta em relação a todos os outros", refere Maria do Rosário Gama.

Até porque o rendimento dos filhos deixa de contar, mas, para atribuir o apoio, há outros fatores que contam - como o dinheiro em depósitos bancários, rendas e património em nome do idoso (por exemplo, terrenos, casas ou carros).

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