País

Entrevista SIC Notícias

"É uma questão de honra": Sindicato da Polícia garante que "não há muito a negociar" com o Governo

“Não há muito a negociar, aquilo que os polícias querem é aquilo que já foi dado a outros polícias em Portugal", sublinha Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia.

Loading...

As forças de segurança conhecem esta tarde a proposta do Executivo relativa à atribuição de um subsídio equivalente ao que já é pago aos inspetores da Polícia Judiciária. Os moldes ainda não são conhecidos nem o valor que será pago às forças de segurança, mas o jornal Público avança que a despesa do Estado poderá variar entre os 209 e os 351 milhões de euros, isto se a ministra da Administração Interna seguir as propostas iniciais da direção da PSP e do Comando da GNR. Na semana passada, Margarida Blasco comprometeu-se a chegar a um entendimento com as estruturas sindicais. Em entrevista na SIC Notícias, Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia, fala das expectativas para estes encontros que começam às 15.00.


“Não há muito a negociar, aquilo que os polícias querem é aquilo que já foi dado a outros polícias em Portugal e não podemos ser levados a acreditar que o Governo vai-nos pagar um valor diferente daquilo que já está a pagar a outros”, começa por referir.

Armando Ferreira sublinhas que as forças de segurança não vão abrir mão de um subsídio igual ao que foi atribuído à Polícia Judiciária.

“Neste momento transformou-se já numa questão de honra para os polícias e é isso que motiva toda a classe policial, quer da PSP, quer da GNR, porque nós sentimo-nos completamente humilhados. No momento em que o Governo anterior se esqueceu de nós e de repente valoriza e bem, ninguém põe isso em causa, os nossos colegas da PJ, mas esquece-se por completo de valorizar aqueles que são a maior massa humana de polícias em Portugal e que são verdadeiramente aqueles que são o garante, todos os dias, todas as noites, fim de semana e feriados, na rua, da segurança pública portuguesa”, sublinha.

O presidente do Sindicato Nacional da Polícia explica que na reunião anterior, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, transmitiu às forças de segurança que “iria trabalhar no sentido de conseguir aumentar os suplementos que nós estamos a receber relativamente ao risco, não se comprometeu nem quando, nem como, nem quanto”.

Quanto aos valores adiantados na edição desta quinta-feira do jornal Público, Armando Ferreira admite que “não fugirá muito disso”, ou seja, o impacto financeiro dessa medida deverá andar entre 209-351 milhões de euros.

“Sendo certo que esse impacto financeiro de 209 milhões de euros é para uma situação que de certeza absoluta não estará a fazer a equiparação à Polícia Judiciária”, realça Armando Ferreira.

Na prática, cada elemento levará para casa “por volta de uns 400 euros” limpos, acrescenta o presidente do Sindicato Nacional da Polícia.

Se a ministra disser que não tem margem orçamental, Armado Ferreira admite novos protestos

“Isto é uma questão de honra neste momento para os polícias, os polícias não podem ser desonrados e continuarem a ser maltratados pelos governos sucessivamente (…) Este governo tem um papel determinante e preponderante de resolver de uma vez por todas o problema das forças de segurança em Portugal”.

O presidente do Sindicato diz que Governos alegam sistematicamente que os polícias são muitos, mas “deveríamos ainda ser mais porque nós vemos que a criminalidade está a aumentar. Nós na rua cada vez vemos menos polícias apeados a patrulhar a pé, porque cada vez há menos polícias. A missão da PSP, em concreto, que é onde eu trabalho, é uma missão que cada vez tem mais atribuições funcionais”, defende.

A terminar a entrevista na SIC Notícias, Armando Ferreira detalha o que considera ser a degradação das remunerações e condições de trabalho dos polícias, o que na sua opinião tem contribuído para que se tenha transformado numa “profissão em vias de extinção”.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do