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Santa Casa: PS acusa Governo de demitir Ana Jorge para ter nova direção "domesticável" e "alinhada com a tutela"

Tiago Barbosa Ribeiro, vice-presidente do grupo parlamentar do PS, refere que o partido não identifica "negligência" nem "má gestão" em Ana Jorge. E considera que a exoneração é "radical, inusitada e preocupante".

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O vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Tiago Barbosa Ribeiro, acusa o Governo de demitir a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, para ter uma nova direção “domesticável” e “alinhada com a tutela”.

Ter pessoas “domesticáveis” e “politicamente alinhadas com a tutela". De acordo com Tiago Barbosa Ribeiro é essa a intenção do Governo ao afastar dirigentes dos cargos.

De acordo com o vice-presidente do grupo parlamentar, aconteceu na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na retenção de impostos nas pensões e na direção-executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A exoneração de Ana Jorge, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é para o PS, “radical, inusitada e preocupante".

“A nova mesa está em funções há um ano. Está a ser feito um processo de reequilíbrio financeiro da instituição. Ana Jorge já prestou esclarecimentos na comissão de trabalho”, afirma.

Nesse sentido, o responsável defende que a decisão é “radical", “preocupante” e baseada num “conjunto de falsos argumentos”, que revela um “padrão de atuação” do Governo.

“Está a encontrar um conjunto de pretextos para, de forma intempestiva, substituir um conjunto de dirigentes nas diferentes instituições do Estado, procurando domesticá-las e colocando pessoas politicamente alinhadas com o Governo”, refere.

O líder socialista refere que o PS não identifica qualquer tipo de “negligência” nem "má gestão".

Ana Jorge de saída

Caiu toda a mesa da administração da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, incluindo a provedora Ana Jorge, que tinha tomado posse há cerca de um ano e herdado a gestão de uma instituição numa grave crise financeira.

A SIC sabe que os membros da Mesa não vão receber qualquer indemnização porque a decisão do Governo foi oficializada esta segunda-feira, ou seja, três dias antes de completarem um ano no cargo.

Os investimentos no estrangeiro, sobretudo no Brasil, foram apontados pela nova gestão como “desastrosos”, os gestores foram destituídos compulsivamente e foi feita uma denúncia à justiça com base em resultados preliminares de uma auditoria forense.

A forma como Ana Jorge, que foi ministra da Saúde num governo socialista, conduziu o processo relacionado com os problemas resultantes dos prejuízos no Brasil, tem sido criticada, visto que causou problemas adicionais legais e judiciais em Portugal e também no Brasil.

Ao final da tarde desta segunda-feira, o Governo confirmou e esclareceu que “decidiu exonerar, com efeitos imediatos, todos os membros da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa” (SCML) dizendo que, “infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete”.

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