Mais de um mês depois das eleições, o último encontro promovido pelo Bloco de Esquerda. Ao contrário dos anteriores, não houve registo de imagens do secretário-geral do PS e da coordenadora do BE sentados à mesma mesa.
A reunião decorreu na sede socialista e durou quase duas horas. Pedro Nuno Santos não reagiu de viva voz, mas o PS diz que a reunião correu bem.
“[Fizemos] um balanço da situação política atual, as perspetivas do Governo de direita e como elas estão a confirmar-se, quer nas opções fiscais do PSD, quer também na instabilidade permanente que tornou esta confusão que a direita deixou no país”, disse Mariana Mortágua, já de regresso à sede do Bloco.
Também o travão à revisão constitucional foi um dos assuntos discutidos.
“Com uma avaliação comum dos perigos da revisão constitucional, veremos como ela se traduz no espaço parlamentar nos próximos momentos, fica aberta uma porta do diálogo”, acrescentou ainda a coordenadora do BE.
O Bloco de Esquerda e o PS concordaram em não querer uma mudança da lei eleitoral, perante a maioria de direita no hemiciclo.
Em seis dias, e logo depois de 10 de março, a coordenadora bloquista sentou-se à mesa primeiro com Inês Sousa Real, do PAN, depois com Rui Tavares, do Livre, e seguiu-se Paulo Raimundo, do PCP. A ronda de diálogo de partidos mais à esquerda fica assim fechada com o PS.
Mortágua espera que haja união para combater o governo minoritário da AD.