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Santos Silva ataca atuação da Justiça na Operação Influencer

Sem poupar nas palavras, Augusto Santos Silva lamentou que, ao fim de cinco meses, António Costa ainda não tenha sido ouvido pela Justiça num processo que culminou na sua demissão, com a consequente queda do Governo.

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O ex-presidente da Assembleia da República recorreu este domingo às redes sociais para tecer duras críticas à atuação da Justiça na Operação Influencer, sobretudo por ainda não ter ouvido António Costa.

Augusto Santos Silva considera “uma violação grosseira dos princípios básicos do Estado de direito” que, cinco meses depois do comunicado da PGR a informar que corria no Supremo um inquérito-crime sobre o então primeiro-ministro, António Costa ainda não tenha sido ouvido.

“Desde então, nada mais se sabe, tendo-se limitado a PGR a publicar outra nota sobre a distribuição de processos por equipas de magistrados. O Parlamento foi dissolvido, realizaram-se eleições e nada as autoridades competentes se dignaram esclarecer sobre a iniciativa que esteve na origem de todos esses desenvolvimentos”, escreveu na sua conta de Facebook.

Santos Silva diz que é um desrespeito pela separação de poderes e uma ofensa aos direitos fundamentais de qualquer cidadão.

“Para mim, é uma violação grosseira de princípios básicos do Estado de direito, incluindo o desrespeito pela separação de poderes, o desprezo pelo direito dos cidadãos à informação essencial para as suas escolhas cívicas e uma ofensa aos direitos fundamentais de qualquer pessoa, seja qual for a sua condição privada ou pública”, concluiu.

Recorde-se que, na terça-feira, António Costa anunciou que deu instruções ao seu advogado para apresentar um requerimento que lhe permita ser ouvido "com a maior celeridade" pela justiça para "esclarecer qualquer dúvida" ou suspeita.

A Procuradoria-Geral da República confirmou, no dia seguinte, que o Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça recebeu o pedido.

A Operação Influencer levou na altura à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.

Existem ainda outros arguidos, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a Start Campus.

O caso está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

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