Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, é esta terça-feira interrogado no Campus de Justiça, em Lisboa, praticamente duas semanas após ter sido detido por suspeitas de corrupção em obras públicas na Madeira.
João Maldonado, repórter da SIC que se encontra no Campus de Justiça durante a manhã desta terça-feira, revela que o advogado de Pedro Calado, Paulo de Sá e Cunha, acredita que o cliente vai conseguir explicar tudo ao juiz responsável pelo processo e sair, assim, inocente, contrariando as expectativas do Ministério Público.
A sessão desta terça-feira estava a agendada para as 10:30. Na segunda-feira terminou, às 18:00, o interrogatório do empresário Avelino Farinha, rosto do grupo AFA, depois de ser ouvido durante três dias.
João Maldonado revela ainda que depois das 18:00 os advogados envolvidos no processo ficaram a preencher atas e outras burocracias, no Campus de Justiça, por cerca de quatro horas.
Esta terça-feira, à entrada para o tribunal, o advogado do ex-autarca do Funchal disse que é possível que as medidas de coação sejam conhecidas ainda esta semana e apelou ao juiz para que, após 14 dias de detenção, não aplique medidas privativas da liberdade.
Buscas foram realizadas a 24 de janeiro
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.
Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia. Estes dois últimos já foram interrogados.