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"Netanyahu tem um problema interno muito grave em Israel"

Depois do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo, Israel decidiu enviar uma delegação ao Cairo para analisar o documento. Os israelitas pressionam o primeiro-ministro Netanyahu para aceitar o acordo, como explica Henrique Cymerman.

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As tropas israelitas deram início à operação militar em Rafah, no sul da faixa de Gaza. A operação começou horas depois do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo. Enquanto isso, Israel enviou uma delação ao Cairo para analisar o documento. A bola passou de Gaza para Telavive. E Benjamin Netanyahu “tem um problema muito grave”.

Henrique Cymerman, correspondente da SIC no Médio Oriente, fala numa “autêntica montanha russa” nas últimas semanas e explica que “há dois documentos diferentes" sobre o cessar-fogo.

"Na minha opinião, se o Hamas tivesse aceitado libertar os reféns há uns dias, a guerra teria parado, mas isso não aconteceu. O Hamas respondeu a uma proposta que, segundo Israel, é uma contraproposta. Ou seja, não aceitou a proposta egípcia que Israel tinha concordado. Há várias diferenças entre os dois documentos (…) Israel decidiu atacar porque, por exemplo, falava-se de 33 reféns que seriam libertados vivos, mas no documento que o Hamas aprovou está escrito ‘vivos ou mortos’. Aparentemente, há muitos mortos entre os 132 reféns, o que para Israel é inaceitável”.

O correspondente da SIC realça que o primeiro-ministro israelita está diante de um dilema e sabe que, independentemente de qual decisão tomar, vai sair prejudicado.

“Ele tem um problema interno muito sério. A bola foi passada de Gaza para Israel, com o sim do Hamas. Isto põe Netanyahu num dilema. Ele não sabe se seu Governo vai sobreviver a toda a negociação”.

De um lado, há os ultranacionalistas do Governo que, caso a ofensiva em Gaza pare, ameaçam mandar abaixo o Executivo. Do outro, estão dois ministros no Conselho de Guerra que garantem pedir demissão se Israel não aceitar a proposta de cessar-fogo.

Além disso, estão previstas mais manifestações nas ruas pela libertação dos reféns.

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