Mundo

“Más recordações”: os 50 anos da libertação do Tarrafal

Cabo Verde celebra, na quarta-feira, os 50 anos da libertação do Tarrafal, o campo de concentração para onde eram levados os opositores ao regime. Mais de 500 pessoas estiveram presas naquele local.

Loading...

São 50 anos depois da libertação. Gil Varela e António Pedro da Rosa voltaram ao Tarrafal, o campo de concentração em Cabo Verde, onde estiveram presos e foram várias vezes espancados. “Más recordações”, é assim que definem em poucas palavras.

António, agora com 75 anos, ficou no Tarrafal até ao dia da libertação, a 1 de maio de 1974. Esteve três anos preso e recorda bem os dias difíceis que passou.

“Quem vem para aqui, só come um pão e água. E tem uma lata para fazer as necessidades. Com o calor, isto aqui é um inferno”, recordou António.

Conhecido como o campo da morte lenta, o Tarrafal teve a fase mais mortífera anos antes destes antigos presos por lá passarem. Entre 1936 e 1954, pelo menos 32 pessoas morreram.

Reabriu em 1962, com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom. Era a prisão de anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Até ao 25 de Abril, mais quatro pessoas morreram.

Com quase 89 anos, Gil esteve preso um ano, por ter lutado pela liberdade e independência de Cabo Verde. De visita ao Tarrafal, agora Museu da Resistência, 50 anos depois, diz à Lusa que espera que a luta dos presos não seja esquecida e que sirva de exemplo.

Antigo embaixador cabo-verdiano e antigo secretário executivo da CPLP, Luís Fonseca será o porta-voz dos presos políticos na cerimónia dos 50 anos da libertação, na próxima quarta-feira, que vai contar com os presidentes de Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e Portugal.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do