Mundo

Ofensiva em Rafah discutida por EUA e Israel, que nega que haja fome em Gaza

O primeiro-ministro israelita contraria as Nações Unidas, que falam em situações de subnutrição e desidratação entre as crianças palestinianas. A ONU queixa-se de ser impedida de distribuir ajuda em Gaza.

Loading...

O governo de Benjamin Netanyahu e a administração Biden discutiram, esta quinta-feira, a situação em Rafah, no sul de Gaza, onde paira a ameaça de uma ofensiva terrestre das forças israelitas.

Washington tem defendido que seria desastroso avançar sobre a cidade que acolhe mais de um 1,5 milhões de deslocados. Mas, apesar dos alertas da comunidade internacional, o governo israelita continua a dar sinais de que poderá avançar sobre o extremo sul de Gaza. Os bombardeamentos aéreos dos últimos dias são um dos indicadores.

Na cidade-abrigo - que, sete meses depois do início da guerra, acolhe quase a totalidade da população de Gaza -, não há famílias intactas.

Além dos bombardeamentos, a população enfrenta, sem possibilidade de fuga, a escassez de bens essenciais e de condições dignas.

O comissário da agência da ONU para os Refugiados Palestinianos, Philippe Lazzarini, acusa o governo israelita de estar a impedir a ajuda aos mais vulneráveis.

“As crianças estão a suportar o peso desta guerra. Mais de 17.000 estão separadas das famílias, deixadas a enfrentar sozinhas o horror de Gaza.”

“As crianças são mortas, feridas e passam fome, privadas de qualquer segurança física ou psicológica. Em toda a Faixa de Gaza, uma fome provocada pelo Homem está a apertar o cerco. No Norte, bebés e crianças pequenas começaram a morrer de subnutrição e desidratação”, continuou.

“Do outro lado da fronteira, há comida e água potável à espera. Mas à UNRRWA é negada autorização para entregar esta ajuda e salvar vidas.”

Esta quinta-feira, o primeiro-ministro israelita, defendeu que Telavive está a fazer tudo o que lhe é possível pela questão humanitária em Gaza e, contrariando os alertas de todas as agências humanitárias internacionais no terreno, rejeitou a ideia de que haja fome em Gaza.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do