Descolou hoje em direção à Lua a primeira de quatro missões que este ano querem pousar sondas no nosso satélite natural. Na primeira metade do ano, haverá quatro tentativas de pousar na Lua – duas dos EUA, uma do Japão e uma da China – e cada uma destas missões, se for bem sucedida, fará História.
Duas empresas privadas norte-americanas, a agência espacial do Japão e a da China querem pousar na Lua este ano.
Hoje, 8 de janeiro, foi lançado o foguetão Vulcan Centaur, desenvolvido pelo grupo industrial ULA, que reúne a Boeing e a Lockheed Martin, de Cabo Canaveral, Florida, às 02:18 locais de hoje (07:18 em Lisboa). A bordo segue o módulo Peregine da Astrobotic que deverá pousar na Lua a 23 de fevereiro.
Módulo Lunar Peregrine
A empresa norte-americana Astrobotic construiu o módulo Peregrine, em forma de caixa com quatro “patas” para estudar a zona Sinus Viscositatis - Baía da Viscosidade - onde trabalhará durante oito dias.
Equipada com 20 cargas de diversas entidades governamentais e privadas, esta nave espacial será a primeira a estudar uma mancha enigmática conhecida como Gruithuisen Domes, a região adjacente ao local de pouso, montes que parecem ter sido criados a partir de magma rico em sílica. Mas os cientistas não conseguem explicar como se podem ter formado na Lua sem água e sem placas tectónicas.
O lançamento de hoje marca o início de uma série de missões apoiadas pela agência espacial americana NASA, que pretende contar em parte com o setor privado para as suas ambições lunares.
Módulo da Intuitive Machines
A segunda missão norte-americana à Lua, IM-1 da Intuitive Machines, será lançada em meados de fevereiro, depois de ter sido adiada devido às condições meteorológicas desfavoráveis previstas para a janela de lançamento original de 12 a 16 de janeiro.
A missão leva a bordo a sonda Nova-C até ao limite da cratera Malapert A, perto do polo sul da Lua.
O "atirador lunar" do Japão
A 20 de janeiro, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) planeia pousar o seu módulo robótico Smart Lander for Investigating Moon (SLIM), o “atirador lunar”, no lado visível da Lua.
O seu objetivo é chegar a 100 metros do local de aterragem, a margem da cratera de impacto Shioli, para recolher mais informações sobre como a Lua se formou.
Se for bem sucedido, o Japão será o quinto país a pousar uma nave na Lua, depois da União Soviética, dos EUA, da Chinae da Índia.
China no lado escuro da Lua
Em maio, a China planeia enviar a nave espacial Chang'e 6 para recolher rochas do outro lado da Lua.
Embora a agência espacial da China não tenha revelado o local preciso onde a sonda vai pousar, a região de aterragem deverá ser a Bacia Aitken no Polo Sul, uma bacia de impacto com 4 mil milhões de anos e a maior área que está bem preservada do outro lado da Lua. Acredita-se que as amostras recolhidas nesta região sejam provenientes do manto lunar e podem conter informações sobre a evolução inicial da Lua, da Terra e talvez até de todo o Sistema Solar.