Os resultados do projeto “Oncologia Cabo Verde” apoiado há quatro anos pela Fundação Gulbenkian, demonstram a melhoria do investimento que tem sido feito nessa área, em conjunto com o Ministério da Saúde cabo-verdiano.
As cirurgias oncológicas registaram um aumento de 80% e as sessões de quimioterapia, de 18%. No período entre 2017 e 2020 diminuiu em 30% a transferência de doentes para Portugal. Em consequência, a taxa de mortalidade por cancro baixou em 3% entre 2018 e 2020.
Estes são alguns dos resultados registados na avaliação externa realizada pela consultora portuguesa Logframe ao projeto “Oncologia Cabo Verde”.
A introdução de novas práticas e procedimentos, a melhoria da capacidade de diagnóstico e o aumento do número e do tipo de cirurgias realizadas são alguns dos progressos obtidos.
Carla Barbosa, coordenadora do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas, salienta o impacto na melhoria do diagnóstico de cancro da mama e próstata.
Consolidar boas práticas
Com o trabalho realizado no âmbito deste projeto, pretende-se melhorar os cuidados prestados aos doentes oncológicos naquele arquipélago africano, através da atualização técnica e da melhoria do desempenho dos profissionais de saúde, dos procedimentos e de boas práticas. Todo esta ação que decorre, desde 2018, nos Hospitais Dr. Agostinho Neto, na Praia, e Dr. Baptista de Sousa, no Mindelo, tem sido articulada com os eixos prioritários do Plano estratégico Nacional de Cabo Verde nesta área.
A avaliação externa ao projeto incidiu também sobre o efeito de algumas medidas projetadas para o futuro, como a criação de um registo oncológico no hospital Agostinho Neto alargado a nível nacional, considerado um “passo importante para uma melhor avaliação da incidência dos diferentes tumores”.
Projetam-se ainda mudanças no campo da formação, bem como noutras áreas que possam beneficiar do mundo digital.
Perante os bons resultados obtidos, a avaliação aponta para a “necessidade de expandir, consolidar e aprofundar as intervenções já iniciadas, com o objetivo de continuar a melhorar os cuidados oncológicos em Cabo Verde”.