Lungo Drom, uma ideia para criar um museu nómada e valorizar a população cigana

Criar um Museu Nómada que diminua as diferenças entre a sociedade maioritária e comunidade cigana, é a ideia que está na base de um dos projetos selecionados para a segunda edição da iniciativa “PARTIS & Art for Change” apoiada pela Fundação Gulbenkian e pela Fundação ‘la Caixa’.

Neste âmbito, um grupo de crianças e jovens de etnia cigana trabalham com artistas em Elvas, promovendo a autoestima e a valorização da cultura da população cigana.

O termo Lungo Drom, que significa “longa viagem” no idioma dos povos nómadas, serviu de inspiração para desenvolver atividades diretas com crianças e jovens de etnia cigana que frequentam a Escola Básica de Vila Boim, desafio que foi alargado aos respetivos agregados familiares.

A partir da história de vida de um aluno e da sua família, artistas convidados vão criar peças que levam a uma reflexão alargada e profunda sobre a definição de cigano e sobre os preconceitos que lhe são associados.

O trabalho de conceção deste Museu Nómada, desenvolvido ao longo de 28 meses, finalizará com a sua entrega ao Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas (MAEE), podendo depois abrir as suas portas às visitas do público.

Este é um dos 16 projetos artísticos vencedores da segunda edição da iniciativa “PARTIS & Art for Change” lançada em 2020 pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação ”la Caixa”. Tendo como objetivo “fomentar e difundir o papel cívico da arte e da cultura participativas enquanto impulsionadoras de mudança e de transformação social”, PARTIS & Art for Change junta artistas profissionais e não profissionais num processo de criatividade e de aprendizagem.

Os 16 projetos vencedores que arrancam em setembro apoiados com um milhão de euros, juntam-se a outros 16 da primeira edição que se desenvolvem em diferentes áreas como o teatro, a música, a dança, o circo, a rádio, as artes visuais e o vídeo.