Em ação a ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade

Em ação a ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade

Querem promover o empoderamento feminino, o ensino para todos e a empregabilidade dos jovens em comunidades fragilizadas. São objetivos da ONG “Ajuda em Ação”.

Empenhada em projetos focados no emprego jovem, no empreendedorismo feminino, na educação e na emergência social e humanitária, a ONG “Ajuda em Ação” vai relançar brevemente outra iniciativa: a distribuição de cartões de apoio alimentar a famílias carenciadas. Esta medida, já adotada durante a crise provocada pela Covid-19, justifica-se de novo face ao impacto do conflito armado na Ucrânia e da crise económica mundial e aos pedidos de ajuda urgentes por parte de pessoas em situação económica mais vulnerável, sublinha Linda Morango, diretora de marketing da organização.

O objetivo é “aliviar as dificuldades” económicas e permitir a “cada agregado familiar gerir as suas compras e necessidades de forma autónoma”.

A Fundação “Ajuda em Ação” nasceu em 1981, depois de uma viagem de Gonzalo Crespí à Índia, onde conheceu um representante da Action Aid, que lhe propôs a abertura uma sede em Espanha. Foram os primeiros passos na criação da organização que trabalha hoje em 20 países da América Latina, Ásia, África e Europa (Espanha e Portugal), apoiando cerca de 1,5 milhões de pessoas, segundo Linda Morango. “Somos uma ONG internacional apartidária e sem filiação religiosa, focada em erradicar a pobreza e as desigualdades” e comprometida em alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.

As atividades da ONG estendem-se a diversas áreas. No campo da educação desenvolvem o projeto “A minha Escola é Cool”, no Agrupamento de Escolas de Camarate, em Loures, com o objetivo de “promover a inclusão social e escolar dos alunos que se encontram em contextos de grande vulnerabilidade”, refere a responsável da “Ajuda em Ação.” “Pensamos e trabalhamos uma escola tecnologicamente mais preparada e com diferentes respostas pedagógicas para promover um ensino para todos, combater o abandono escolar e absentismo.”

Agora, a aposta é replicar este projeto em Portalegre em 2023, mas com enfoque numa componente mais artística e ambiental.

Na área da empregabilidade jovem, iniciaram em 2021 o projeto “‘Bora Jovens” – um programa de capacitação online para jovens entre os 18 e 25 anos como objetivo da sua integração no mercado de trabalho.

Destinado a jovens de contextos socioeconómicos vulneráveis, o “‘Bora Jovens” “visa desenvolver competências pessoais e estimular o conhecimento sobre ferramentas para a empregabilidade desenvolvido em cidades de norte a sul do país”, esclarece Linda Morango, salientando que, dos 198 jovens que participaram, 70 já foram integrados no mercado trabalho.

Empoderar as Mulheres

Outra iniciativa foi lançada na área do empreendedorismo feminino: o projeto “Mulheres em Ação”, também em Camarate que promove o empoderamento feminino em comunidades fragilizadas, “reconhecendo assim o papel fundamental das mulheres na criação de uma sociedade mais justa e equitativa.” Alargá-lo a outras cidades do país está também em vista para o que é necessário o” apoio de parceiros municipais e empresariais.”

Algumas destas ações são dirigidas a mães da comunidade educativa em situação de vulnerabilidade, baixos rendimentos ou desemprego. A fim de melhorar a sua inserção no mercado de trabalho, tem-lhes sido oferecida formação em costura, artesanato e empreendedorismo, ensinando-as a gerir um projeto de economia social, e incluindo técnicas para a reutilização e reciclagem de resíduos têxteis, conta Linda Morango.

Já em 2019 lançaram o projeto de costura Mulheres em Ação, em Camarate o que possibilitou a ajuda a 40 mulheres de diferentes etnias e culturas.

Presente em Lisboa, Loures, Almada, Setúbal, Porto, Portalegre, Guarda, Viseu e Faro, a “Ajuda em Ação” apoia principalmente crianças, jovens adultos e mulheres em situação de vulnerabilidade “para que tenham acesso a oportunidades utilizando como alavancas a educação de qualidade, o desenvolvimento de cadeias de valor em diferentes setores e a promoção do trabalho digno e de qualidade.”

A organização não possui ainda autonomia financeira, pelo que o foco na angariação de fundos em Portugal “é uma prioridade”, diz Linda Morango.

Adicionalmente, os parceiros sociais e outros parceiros empresariais são igualmente fundamentais para a prossecução da missão da associação que tem já cerca de 20 parceiros sociais e 11 integradores.

“Com o apoio e contributo de todos, acreditamos que juntos deixamos marca nas comunidades que apoiamos”, afirma.