Vacinas e Envelhecimento

Há um (longo) caminho a seguir para a vacinação no adulto

Decorreu esta tarde, na Universidade Nova, em Lisboa, a terceira de três reuniões previstas no projeto + Longevidade, iniciativa da NOVA IMS, com o apoio da GSK, à qual a SIC Notícias se associa como media partner. Em análise estiveram eventuais soluções para implementar um programa com vacinas universais e gratuitas direcionado ao adulto
Francisco George, Ricardo Batista Leite e Henrique Lopes em troca de impressões antes do início da terceira reunião do projeto + Longevidade
Francisco George, Ricardo Batista Leite e Henrique Lopes em troca de impressões antes do início da terceira reunião do projeto + Longevidade
Rui Baioneta

“Um caminho de futuro para a Vacinação no Adulto em Portugal” foi o ponto de partida para este terceiro encontro do projeto + Longevidade, em que os especialistas contemplaram quatro objetivos específicos: discussão multidisciplinar em torno dos desafios e prioridades inerentes à vacinação do adulto e ao longo da vida; a sua contribuição para a tomada de decisão baseada em evidência, que permita reforçar a agenda de políticas de saúde pública; análise à evidência disponível quanto ao impacto, tendências e áreas de intervenção prioritárias no domínio da vacinação do adulto; e como consciencializar a sociedade civil para o importante papel que a imunização do adulto pode desempenhar na resposta a vários desafios de saúde.

Estiveram presentes nesta terceira e última reunião: Francisco George; chairman do projeto; Henrique Lopes, diretor do Nova Center for Global Health; Ricardo Batista Leite, chairman do Nova Center for Global Health; Ricardo Mexia, médico de saúde pública; Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública; Luís Mendão, presidente do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos; António Teixeira Rodrigues, diretor de Evidência e Soluções da Associação Nacional das Farmácias; Ana Clara Silva, diretora regional para as Políticas Públicas Integradas e Longevidade da Região Autónoma da Madeira; Diana Costa, secretária técnica para os Assuntos Profissionais da Ordem dos Farmacêuticos; José Hermínio Gomes, do Colégio de Especialidade de Enfermagem Comunitária da Ordem dos Enfermeiros.

Conheça as principais conclusões da sessão:

  • Os peritos dizem que há trabalho a fazer na vacinação do adulto e é preciso saber aproveitar a chegada de um novo Governo para provocar mudanças. Sublinham que é importante que sejam pensadas formas de apelar à vacinação na população acima dos 50 anos e encontrar respostas para as seguintes perguntas: quais são as barreiras? Quem tem ou não tem acesso? Os incentivos estão alinhados? Porque é que não se criam estímulos para o cidadão? Até porque, referem, o programa de vacinação no adulto pode gerar um retorno para a sociedade 19 vezes superior ao investimento
  • A questão dos incentivos é essencial para as mudanças, defendem os especialistas. Têm de haver estímulos que as pessoas sintam no bolso e no dia a dia. Por exemplo, os utentes com as vacinas em dia deveriam ter benefícios nos seguros de saúde. E apontam outros incentivos: as pessoas deveria atualizar o seu boletim de vacinas em todos os locais (centros de saúde, hospitais, farmácias, etc); para ajudar a convocar os utentes deveria ser desenvolvido sistemas de alerta para a vacinação com recurso à inteligência artificial, por exemplo
  • Outro fator determinante, apontam os peritos, é a proximidade. Deve ser trabalhada através do desenvolvimento de sinergias com as autarquias, ONG, associações, misericórdias, autoridades, ou seja, com todas as organizações que podem ter um papel relevante
  • Outras ideias para aproximar os utentes das vacinas: criar um guia de boas práticas, assim como de um mapa com postos de vacinação; ser feita, junto da população, uma avaliação do impacto da vacinação para as pessoas perceberem o benefício da mesma (exemplificam: a maior causa de morte em pessoas com mais de 55 anos são as doenças respiratórias. As vacinas não evitam a doença, mas minimizam os efeitos da mesma); identificar os receios das pessoas, responsabilizar quem os incute e atuar
O debate também passou pela intervenção de Ricardo Mexia
Rui Baioneta

No primeiro encontro, refira-se, o tema central foi o papel da vacinação no adulto perante o contexto epidemiológico e demográfico, bem como na idealização de um referencial de Programa Vacinal no Adulto (ver conclusões AQUI).

Já na segunda sessão o foco teve a ver com as barreiras e desafios ao reforço de uma agenda de políticas para a vacinação no adulto e no custo-oportunidade de mais investimento em vacinação pelo sistema de saúde (ver conclusões AQUI).

A equipa de especialistas irá agora processar toda a informação recolhida durante as três reuniões com o objetivo de preparar um relatório integral do projeto. Mais tarde será elaborado um artigo científico.

Acompanhe tudo no site da SIC Notícias.

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